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Crítica/"Cantoras do Rádio"
Pesquisa fraca prejudica documentário
MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Cantoras do Rádio",
documentário de
Gil Baroni e Marcos Avellar que joga luz na fatia
mais popular da música produzida no país a partir dos anos
1930, estreou ontem em uma
única sala, em um único horário. O pouco caso parece confirmar uma das frases ditas por
Chico Anysio a certa altura dos
85 minutos de projeção: "No
Brasil, o passado ofende, o passado incomoda".
Pode haver mesmo um pouco disso, mas o filme também
padece de problemas estruturais. Além das memórias das
quatro protagonistas -as veteranas Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Ellen de Lima e Violeta Cavalcante-, foram poucas as fontes ouvidas
para dar sustentação ao roteiro.
A lista de entrevistados não
vai muito além de Chico Anysio, Marlene -também ela uma
estrela da era do rádio, mas que
não atua no filme com as outras
quatro cantoras- e dos pesquisadores Ricardo Cravo Albin e
Rodrigo Faour.
Artistas que de fato viveram
o período retratado, Miltinho,
Tito Madi, Ademilde Fonseca e
Bob Nelson passam rápido demais pela história e nem chegam a contribuir com informações significativas.
Assim, o grande trunfo de
"Cantoras do Rádio" se concentra no carisma irresistível de
suas personagens centrais.
Mesmo que as histórias de vida
relatadas por elas não cheguem
a dar a dimensão do que foram
os tempos vividos nos palcos e
corredores da Rádio Nacional,
é impossível não ficar apaixonado por suas personalidades.
Com idades que variam entre
os 70 e 80 anos, Carmélia, Carmilha, Ellen e Violeta mantêm
suas vozes na ativa -como
comprovam nos números musicais do filme. E, mais que tudo
isso, ainda têm uma grande história para contar.
CANTORAS DO RÁDIO
Direção: Gil Baroni e Marcos Avellar
Produção: Brasil, 2008
Onde: Frei Caneca Unibanco Arteplex 4,
às 18h
Classificação: 12 anos
Avaliação: regular
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