São Paulo, sexta-feira, 12 de junho de 2009

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Milionário, Koons fala em
arte como terapia

DO ENVIADO À BASILEIA

Num evento de mercado poderoso como a feira Art 40 Basel, parecia natural que o primeiro artista a falar num ciclo de palestras fosse o americano Jeff Koons, 54, que, em 2001, bateu o recorde de artista vivo com a obra mais cara vendida num leilão: seu "Michael Jackson and Bubbles", em porcelana, arrematou US$ 5,6 milhões.
Entretanto, anteontem, para uma plateia de mais 500 pessoas, entre elas personalidades como o diretor do Guggenheim, Richard Armstrong, ou o galerista Jay Joplin, da inglesa White Cube, Koons praticamente não falou sobre mercado. "Eu não penso muito nisso", foi a resposta sintética, quando lhe perguntaram se pretendia colocar obras diretamente em leilão como fez Damien Hirst.
Koons, contudo, falou de arte e seu processo produtivo. "Quando tinha três anos, meus pais elogiaram mais um desenho meu que o de minha irmã de seis anos. Foi quando vi que com arte podia me tornar um indivíduo, alguém diferente."
Com 120 assistentes trabalhando em seu estúdio, número revelado na conversa, Koons, que já foi corretor na Bolsa de Valores, manteve esse discurso sobre a arte quase com caráter terapêutico: "Arte para mim é uma jornada para remover minhas ansiedades, é como um processo de autodescoberta".
Considerado o sucessor de Andy Warhol, por ampliar ainda mais o universo pop na arte -usando de bolas de basquete e aspiradores de pó a um cachorro construído por 60 mil flores-, Koons surpreendeu ao indicar os pintores que admira: Salvador Dalí (1904-1989), Pablo Picasso (1881-1973) e Nicolas Poussin (1594-1655). "Eu não acredito que a arte deva fazer julgamento, ela deve provocar o observador", disse. (FC)




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