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Milionário, Koons fala em
arte como terapia
DO ENVIADO À BASILEIA
Num evento de mercado poderoso como a feira Art 40 Basel, parecia natural que o primeiro artista a falar num ciclo
de palestras fosse o americano
Jeff Koons, 54, que, em 2001,
bateu o recorde de artista vivo
com a obra mais cara vendida
num leilão: seu "Michael Jackson and Bubbles", em porcelana, arrematou US$ 5,6 milhões.
Entretanto, anteontem, para
uma plateia de mais 500 pessoas, entre elas personalidades
como o diretor do Guggenheim, Richard Armstrong, ou
o galerista Jay Joplin, da inglesa White Cube, Koons praticamente não falou sobre mercado. "Eu não penso muito nisso",
foi a resposta sintética, quando
lhe perguntaram se pretendia
colocar obras diretamente em
leilão como fez Damien Hirst.
Koons, contudo, falou de arte
e seu processo produtivo.
"Quando tinha três anos, meus
pais elogiaram mais um desenho meu que o de minha irmã
de seis anos. Foi quando vi que
com arte podia me tornar um
indivíduo, alguém diferente."
Com 120 assistentes trabalhando em seu estúdio, número
revelado na conversa, Koons,
que já foi corretor na Bolsa de
Valores, manteve esse discurso
sobre a arte quase com caráter
terapêutico: "Arte para mim é
uma jornada para remover minhas ansiedades, é como um
processo de autodescoberta".
Considerado o sucessor de
Andy Warhol, por ampliar ainda mais o universo pop na arte
-usando de bolas de basquete e
aspiradores de pó a um cachorro construído por 60 mil flores-, Koons surpreendeu ao
indicar os pintores que admira:
Salvador Dalí (1904-1989), Pablo Picasso (1881-1973) e Nicolas Poussin (1594-1655). "Eu
não acredito que a arte deva fazer julgamento, ela deve provocar o observador", disse.
(FC)
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