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Whitney entra em nova fase
da Sucursal de Brasília
"O Século Americano" é a exposição de maior fôlego que o Whitney Museu of American Art (945
Madison Avenue, Nova York) já
promoveu. Nenhuma outra instituição de arte do país poderia tê-lo
realizado tão bem por causa da
própria história do Whitney.
Gertrude Vanderbilt Whitney foi
uma das principais patronesses
das artes plásticas dos EUA do fim
do século 19 e do início deste.
Ao contrário dos outros mecenas, no entanto, ela resolveu arriscar a reputação e a fortuna exclusivamente em produtos de arte norte-americana contemporânea.
Ela própria tinha suas ambições
(nunca bem realizadas) como pintora. Mas foi bastante generosa ao
reconhecer o talento alheio.
Em 1908, por exemplo, ela comprou quatro dos sete únicos quadros vendidos na célebre exposição do grupo conhecido como Os
Oito, que faziam uma arte de vanguarda que estarrecia os colecionadores e críticos de então.
Seis anos depois, montou uma
galeria, o Whitney Studio, no bairro do Greenwich Village, só para
expor contemporâneos dos EUA.
Em 1929, criou-se o MoMA (Museum of Modern Art), mas com enfoque exclusivamente europeu.
No mesmo ano, o grande museu
da cidade de Nova York, o Metropolitan, recusou a doação que Gertrude Whitney quis fazer de sua
coleção de quadros norte-americanos do século 20.
Então, ela resolveu inventar seu
próprio espaço. Foi assim que, em
1931, o Whitney Museum abriu
suas portas para o público.
Nos seus 68 anos, o Whitney
competiu poucas vezes com MoMA e Metropolitan em termos de
quantidade de espectadores.
O maior sucesso de bilheteria do
museu até agora foi a retrospectiva
de Edward Hopper, em 1995.
"O Século Americano" vai suplantá-la e pode marcar o início de
uma nova era para a casa.
O século 20 começa a virar passado, o público está se acostumando
com as ousadias artísticas que se
criaram no seu transcorrer, aceitando com mais naturalidade o
que até agora estranhara.
A exposição é muito bem montada, o trabalho de curadoria foi impecável e o catálogo da mostra tem
a melhor qualidade editorial.
Quem não tiver a chance de ver a
mostra e se interessar pelo tema
deve comprar o catálogo (408 páginas) e se instruir com seus textos
despretensiosos, mas informativos, suas reproduções perfeitas e
sua diagramação bastante ágil.
(CELS)
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