São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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ARTES PLÁSTICAS
Segunda parte de "O Século Americano", em NY, mostra obras de Andy Warhol, Jasper Johns e outros
"Filé" de exposição só chega em setembro

da Sucursal de Brasília

Em termos de reconhecimento do cidadão comum, a segunda parte de "O Século Americano", com inauguração marcada para 26 de setembro, será a melhor.
Lá, com certeza, estarão os mais famosos trabalhos de Andy Warhol, Jasper Johns, Jackson Pollock, Willem De Kooning e Andrew Wyeth, artistas a que foram prestados tributos de superastros.
Mas na última seção da mostra em cartaz, no segundo andar do Whitney, que abrange o período da Segunda Guerra Mundial e suas consequências imediatas (1940-1949), pode-se observar as origens dessas grandes estrelas.
Na verdade, como aponta o melhor crítico de arte dos EUA, o australiano Robert Hughes, pelo menos naquela época inicial do que viria ser considerado o mais norte-americano dos estilos artísticos, a influência européia era enorme.
Maior do que havia sido durante boa parte do século 19, quando pintores como John James Audubon, Thomas Eakins e Winslow Homer conseguiram criar trabalhos originais com traços marcantes de sua própria nacionalidade.
Os experimentos iniciais de artistas norte-americanos com a ideologia do formalismo, o abstracionismo geométrico, o surrealismo e outras tendências similares foram decalcados demais no que procedia da Europa; eram muito pouco norte-americanos.
Entre os nomes que depois se tornariam celebridades, o que aparece com amostras de trabalho mais consistentes com o que depois o consagrariam é o de Mark Rothko, com seus quadros apenas numerados para realçar a total subordinação do conteúdo à forma.
Como nas outras seções, também aqui a curadora teve o cuidado de incluir revistas, pôsteres de filmes, trilhas sonoras e capas de livros para mostrar como outras formas de manifestação artística influíram nas belas-artes.
O Whitney pode esperar grandes momentos de público a partir de setembro. Se nessa primeira parte, que não focaliza os artistas mais famosos, a mostra já é um sucesso absoluto, na segunda as multidões estão asseguradas.
(CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA)


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