São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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MÚSICA
RenomadaGravadora brasileira nata do pop independente
Trama lança catálogo da Matador no Brasil

da Reportagem Local

Gravadora de prestígio no circuito independente norte-americano, a Matador, que existe desde 1989 e lança bandas e artistas como Pavement, Belle and Sebastian, The Jon Spencer Blues Explosion, Liz Phair, Pizzicato Five e Cornelius, só agora chega ao Brasil de forma organizada.
A gravadora Trama acaba de assinar contrato de distribuição com o selo e promete uma média mensal de cinco a dez títulos lançados por mês no país.
Os três primeiros títulos que, segundo a gravadora, vão para a fábrica imediatamente são os discos mais recentes do Pavement ("Terror Twilight"), dos japoneses Pizzicato Five ("The International Playboy & Playgirl Record") e Cornelius ("Fantasma", lançado lá fora há cerca de um ano).
Segundo o músico e gerente artístico da Trama Kid Vinil, um dos pilotos da negociação, a idéia da gravadora é não só lançar os títulos mais recentes, mas também recuperar as discografias na Matador de bandas como Yo La Tengo, Guided by Voices, Pavement e Pizzicato Five.
"Temos contrato de três anos, que não prevê nenhuma obrigatoriedade. Podemos lançar o que quisermos entre os artistas licenciados. Nossa idéia é explorar ao máximo o catálogo", diz.
Alguns artistas estão fora da parada em princípio. Liz Phair e Jon Spencer têm contratos de distribuição mundial com a Capitol, vinculada à EMI (que, no Brasil, chegou a lançar títulos de ambos, mas não o tem feito mais).
"O pouco que foi lançado no Brasil, pela Natasha e pela EMI, não foi muito trabalhado. Nosso trabalho em relação ao catálogo vai ser diferente, porque a Trama tem um perfil parecido com o da Matador", afirma Kid Vinil.
Caso pendente é o das badaladas bandas escocesas Belle and Sebastian, Arab Strap e Mogwai. "Estamos doidinhos atrás deles, mas a Matador por enquanto só tem os direitos para os Estados Unidos. Estão tentando pegar para o resto do mundo também e, se isso acontecer, nós lançamos aqui", explica.
Kid Vinil, quando estava na Eldorado, era o responsável por trazer ao Brasil o catálogo completo -e numeroso- de Frank Zappa ao Brasil (projeto que continua em execução), reflete sobre as possibilidades comerciais da empreitada:
"Para gente é uma aventura isso. Estamos de pés no chão, não temos expectativa de vender 10 mil cópias de cada título. Mas a partir de 2.000 cópias cada, no mínimo, vendemos tranquilamente".
Ele fala sobre a Matador, indiretamente traçando paralelo com o que a Trama busca no mercado nacional: "Existe a história de que gravadora independente é desorganizada. Conheço a Matador, e lá é tudo muito bem organizado".
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)

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