|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
RenomadaGravadora brasileira nata do pop independente
Trama lança catálogo da Matador no Brasil
da Reportagem Local
Gravadora de prestígio no circuito independente norte-americano,
a Matador, que existe desde 1989 e
lança bandas e artistas como Pavement, Belle and Sebastian, The Jon
Spencer Blues Explosion, Liz
Phair, Pizzicato Five e Cornelius,
só agora chega ao Brasil de forma
organizada.
A gravadora Trama acaba de assinar contrato de distribuição com
o selo e promete uma média mensal de cinco a dez títulos lançados
por mês no país.
Os três primeiros títulos que, segundo a gravadora, vão para a fábrica imediatamente são os discos
mais recentes do Pavement ("Terror Twilight"), dos japoneses Pizzicato Five ("The International
Playboy & Playgirl Record") e
Cornelius ("Fantasma", lançado lá
fora há cerca de um ano).
Segundo o músico e gerente artístico da Trama Kid Vinil, um dos
pilotos da negociação, a idéia da
gravadora é não só lançar os títulos
mais recentes, mas também recuperar as discografias na Matador
de bandas como Yo La Tengo, Guided by Voices, Pavement e Pizzicato Five.
"Temos contrato de três anos,
que não prevê nenhuma obrigatoriedade. Podemos lançar o que
quisermos entre os artistas licenciados. Nossa idéia é explorar ao
máximo o catálogo", diz.
Alguns artistas estão fora da parada em princípio. Liz Phair e Jon
Spencer têm contratos de distribuição mundial com a Capitol,
vinculada à EMI (que, no Brasil,
chegou a lançar títulos de ambos,
mas não o tem feito mais).
"O pouco que foi lançado no Brasil, pela Natasha e pela EMI, não foi
muito trabalhado. Nosso trabalho
em relação ao catálogo vai ser diferente, porque a Trama tem um
perfil parecido com o da Matador", afirma Kid Vinil.
Caso pendente é o das badaladas
bandas escocesas Belle and Sebastian, Arab Strap e Mogwai. "Estamos doidinhos atrás deles, mas a
Matador por enquanto só tem os
direitos para os Estados Unidos.
Estão tentando pegar para o resto
do mundo também e, se isso acontecer, nós lançamos aqui", explica.
Kid Vinil, quando estava na Eldorado, era o responsável por trazer ao Brasil o catálogo completo
-e numeroso- de Frank Zappa
ao Brasil (projeto que continua em
execução), reflete sobre as possibilidades comerciais da empreitada:
"Para gente é uma aventura isso.
Estamos de pés no chão, não temos
expectativa de vender 10 mil cópias
de cada título. Mas a partir de 2.000
cópias cada, no mínimo, vendemos tranquilamente".
Ele fala sobre a Matador, indiretamente traçando paralelo com o
que a Trama busca no mercado nacional: "Existe a história de que
gravadora independente é desorganizada. Conheço a Matador, e lá
é tudo muito bem organizado".
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Texto Anterior: Show - Crítica: Maria Bethânia afronta o "bom gosto" Próximo Texto: Livro - Lançamentos: Edusp traz de volta os tempos de Império Índice
|