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Glamour volta ao centro de SP com dois novos clubes
Promoters e empresários investem na região, que atrai público de várias turmas, como modernos e patricinhas
Depois do Vegas, na rua Augusta, é a vez do centro velho e do Bexiga entrarem na rota das boates da moda, como Royal e Glória
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de conviver em meio
aos prostíbulos da rua Augusta,
freqüentando o clube Vegas, os
descolados da cidade agora enveredam também pelo centrão
e o decadente Bexiga, onde estão, respectivamente, o recém-inaugurado Royal e a boate
Glória, aberta há dois meses.
A trinca, que deve ganhar reforço com a estréia da casa gay
Central, prevista para agosto,
no prédio do antigo Cine Paissandu, desvia o público da batida rota Itaim/Vila Olímpia/Vila Madalena e dá a pista de que
a moda agora é ocupar o centro
com casas que investem em
glamour e preços altos.
Quem aposta nisso é o promoter Cacá Ribeiro, um dos sócios do Royal, que gastou cerca
de R$ 900 mil para transformar
o espaço do extinto restaurante
Paddock em um bar-clube chique, com decoração impecável.
"A noite sempre lançou tendências na moda, no comportamento, na atitude", afirma Ribeiro. "Não tenho a menor vontade de abrir um bar ou clube
na Vila Olímpia. Estamos começando a reverter o circuito."
Ávidos por novidades, tanto
modernos quanto playboys
mudaram de rumo e estão badalando no "downtown".
"Achei que o público é de pessoas curiosas, que querem ser
despertadas por alguma coisa
diferente", descreveu a estilista
Anne Gaul, 26, que estava no
Royal na última quinta.
"O fato de ser no centro é inovador: traz novo fôlego para a
área e sai da mesmice", falou o
estudante Osvair Borghi, 20,
também no Royal. Borghi é da
turma que não economiza na
balada e cansou de casas como
a Lotus. "No começo, era muito
chato para entrar. As pessoas
começaram a achar que não
compensava o esforço", diz, referindo-se à necessidade de ter
o nome na lista.
Mesmo sem frescuras como
essa, o Royal não é exatamente
um lugar fácil de se tornar freguês, já que cobra R$ 40 e R$ 80
só para entrar no espaço.
"Quarenta reais é caro. Muito elitista. Balada boa tem que
ter de tudo", disse a produtora
Julie Lockley, 35. "Só gente rica
é um saco. É preciso fazer umas
noites mais baratas ou convidar gente que não pague", completou Diogo Oliveira, 35, ambos VIPs no Royal.
Para garantir o mix, que tem
reunido o povo da moda, socialites e patricinhas, Cacá Ribeiro
determinou "exceções": o pagamento depende de quem é a
pessoa e de como está o lugar.
"Dá para dar um jeitinho em
tudo. Faz parte da nossa cultura", conclui o promoter.
Para quem quer conhecer o
Royal, além do Vegas e Glória
-confira no quadro-, esta é a
semana ideal: eles irão ferver
com os eventos da São Paulo
Fashion Week. É para se jogar.
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