São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2006

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Glamour volta ao centro de SP com dois novos clubes

Promoters e empresários investem na região, que atrai público de várias turmas, como modernos e patricinhas

Depois do Vegas, na rua Augusta, é a vez do centro velho e do Bexiga entrarem na rota das boates da moda, como Royal e Glória


ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de conviver em meio aos prostíbulos da rua Augusta, freqüentando o clube Vegas, os descolados da cidade agora enveredam também pelo centrão e o decadente Bexiga, onde estão, respectivamente, o recém-inaugurado Royal e a boate Glória, aberta há dois meses.
A trinca, que deve ganhar reforço com a estréia da casa gay Central, prevista para agosto, no prédio do antigo Cine Paissandu, desvia o público da batida rota Itaim/Vila Olímpia/Vila Madalena e dá a pista de que a moda agora é ocupar o centro com casas que investem em glamour e preços altos.
Quem aposta nisso é o promoter Cacá Ribeiro, um dos sócios do Royal, que gastou cerca de R$ 900 mil para transformar o espaço do extinto restaurante Paddock em um bar-clube chique, com decoração impecável.
"A noite sempre lançou tendências na moda, no comportamento, na atitude", afirma Ribeiro. "Não tenho a menor vontade de abrir um bar ou clube na Vila Olímpia. Estamos começando a reverter o circuito."
Ávidos por novidades, tanto modernos quanto playboys mudaram de rumo e estão badalando no "downtown". "Achei que o público é de pessoas curiosas, que querem ser despertadas por alguma coisa diferente", descreveu a estilista Anne Gaul, 26, que estava no Royal na última quinta.
"O fato de ser no centro é inovador: traz novo fôlego para a área e sai da mesmice", falou o estudante Osvair Borghi, 20, também no Royal. Borghi é da turma que não economiza na balada e cansou de casas como a Lotus. "No começo, era muito chato para entrar. As pessoas começaram a achar que não compensava o esforço", diz, referindo-se à necessidade de ter o nome na lista.
Mesmo sem frescuras como essa, o Royal não é exatamente um lugar fácil de se tornar freguês, já que cobra R$ 40 e R$ 80 só para entrar no espaço.
"Quarenta reais é caro. Muito elitista. Balada boa tem que ter de tudo", disse a produtora Julie Lockley, 35. "Só gente rica é um saco. É preciso fazer umas noites mais baratas ou convidar gente que não pague", completou Diogo Oliveira, 35, ambos VIPs no Royal.
Para garantir o mix, que tem reunido o povo da moda, socialites e patricinhas, Cacá Ribeiro determinou "exceções": o pagamento depende de quem é a pessoa e de como está o lugar. "Dá para dar um jeitinho em tudo. Faz parte da nossa cultura", conclui o promoter.
Para quem quer conhecer o Royal, além do Vegas e Glória -confira no quadro-, esta é a semana ideal: eles irão ferver com os eventos da São Paulo Fashion Week. É para se jogar.


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