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Pau-a-pique motiva riso envergonhado nas doceiras
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A broa de pau-a-pique também é chamada de mata-homem por causa do seu formato
cilíndrico, que lembra o órgão
sexual masculino.
"As doceiras falavam e riam
envergonhadas", lembra a pesquisadora Mônica Chaves Abdala, que encontrou duas versões da broa, uma à base de fubá e outra feita com mandioca.
O pau-a-pique de Frutal
(MG), vendido pela doceira
Maria Martins Ferreira na feira
realizada aos domingos em
frente à matriz Nossa Senhora
do Carmo, é de massa de mandioca ralada e cozida com melado. Depois de fria, é amassada
com ovos, banha e leite até dar
o ponto de enrolar na folha de
bananeira. A cozinheira não
tem as medidas corretas da receita. Faz tudo "por rumo".
A quitanda é um exemplo da
mistura entre ingredientes indígenas e portugueses, feito de
modo adaptado pelas mulheres
africanas.
Na cozinha original dos índios, era comum encontrar
pastas de milho ou mandioca
assadas na folha de bananeira,
sem sal nem açúcar. Quando os
portugueses chegaram, ovo, leite e açúcar foram incorporados
às receitas. "As negras misturaram tudo e fizeram a adaptação. A alquimia é toda delas",
diz Mônica.
A goiana Telma Machado
também faz a receita à base de
mandioca, mas muda os outros
ingredientes. Rala a raiz, tira o
excesso de água, acrescenta
manteiga, açúcar, leite de coco
e queijo ralado e assa no forno a
lenha, com a massa enrolada
em tiras de folha de bananeira.
O pau-a-pique também pode
ser conhecido como cubu. Cidinha Santiago o chama assim e
prepara a broa com rapadura,
coalhada, fubá, cravo e canela.
A receita coletada pelas pesquisadoras Mônica e Isabel Pequeno no Sítio Boa Vista, no
município de Lima Duarte
(MG), também é feita com fubá,
mas, em vez de canela, tem erva-doce.
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