São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2011

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Temas sociais marcam debates no festival

DO ENVIADO A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Ao lado da atriz iraniana Mahin Sadri, os diretores Mário Pazini (do grupo Clariô, de Taboão da Serra) e Yuri Yamamoto (do grupo cearense Bagaceira de Teatro) participaram de um extenso debate sobre formas de apropriações da realidade pelo teatro.
O encontro aconteceu no último sábado, durante a programação do FIT.
As realidades postas à mesa, nos casos debatidos pelos dois grupos nacionais, acabam encontrando um ponto comum: problemas que decorrem da miséria ou de desigualdades socais.
Os dois grupos trouxeram ao FIT espetáculos que retratam a vida de personagens de bairros periféricos de grandes cidades. Por coincidência, o foco são as mulheres.
Pazini falou principalmente das trocas entre o grupo Clariô e a comunidade que cerca sua sede, em Taboão da Serra (Grande São Paulo).
As enchentes da região renderam temas para músicas do espetáculo "Hospital da Gente", que tem texto de Marcelino Freire.
E, diz o diretor, essas mesmas músicas já foram entoadas por moradores, enquanto eles reconstruíam lares invadidos pela água.
Alexandre Souza, ex-pedreiro, é hoje o cenógrafo da companhia, responsável pela confecção de uma favela cenográfica erguida com material reciclável.
Tapumes, tampas de privadas, sacos de lixo e panelas compõem o pano de fundo para uma coleção de histórias fictícias, sobre maternidade principalmente.
Há, por exemplo, o solo de uma mãe que discorre sobre a paz, enquanto lava o sangue na roupa de um filho assassinado. Ou o de uma mulher que vende seus filhos cada vez que coloca um no mundo.
Em "Meire Love - Uma Tragédia Lúdica", os cearenses do Bagaceira não falam propriamente sobre mulheres, mas sobre meninas.
O texto é de Suzy Élida, escritora que conviveu com prostitutas do Pirambu, bairro à beira-mar de Fortaleza. Retrata garotas de 12, 13 anos, que falam de suas histórias trágicas como quem brinca de boneca.
O resultado não é exatamente um drama. Pelo contrário, tem passagens bem engraçadas, o que é ressaltado por uma interpretação de gestos e expressões acentuados. O diretor do grupo atribui esse estilo à influência de desenhos animados. (GF)


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