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"Tauromaquia" mira clausura do masculino
DA REPORTAGEM LOCAL
Em "Sacromaquia", texto
de Toscano, a cia. Teatro Balagan (em russo, uma forma
de teatro popular e, em árabe, sinônimo de confusão ou
baderna), tratava da clausura humana segundo a experiência do feminino.
Agora, em "Tauromaquia", de Alessandro Toller,
sob coordenação dramatúrgica de Abreu, a cia. da diretora Maria Thaís contempla
o enclausuramento masculino. Como metáfora, há o
universo do sertão e a figura
do vaqueiro.
Uma comitiva de vaqueiros reúne-se para uma travessia de boi pelo sertão. No
percurso da viagem revelam-se a humanidade e a
animalidade do homem. Segundo Thaís, a travessia do
sertão é um labirinto sem
fronteiras que metaforiza a
passagem do homem pela
sua própria vida.
"Tauromaquia" é uma expressão do latim, junção de
"tauro" (touro) e "maquia"
(esforço para tornar-se). Daí
a simbiose com "Sacromaquia", de junção de "sacro"
(sagrado) e "maquia" (esforço para tornar-se), que relatava a vida no claustro.
A nova montagem aprofunda conteúdos e técnicas
daquela, tomando como base narrativa escritas e orais
surgidas em regiões da Bahia, Minas, Goiás, Pernambuco, Alagoas e outros Estados com atividade ligadas à
pecuária. "Não se quer discorrer sobre os gêneros, homem ou mulher, mas sobre
a poesia e a angústia desses
sentimentos em torno da
clausura, do ir e vir", afirma
a diretora.
(VS)
TAUROMAQUIA. De: Alessandro
Toller. Coordenação de
dramaturgia: Luís Alberto de
Abreu. Direção: Maria Thaís. Com
cia. Teatro Balagan. Onde: teatro
Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245,
tel. 0/xx/11/3234-3000). Quando:
estréia hoje, às 21h; sex. e sáb, às
21h; dom., às 20h; até 19/9.
Quanto: R$ 20.
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