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"PAPARAZZI"
Gibson busca vingança contra mídia
THIAGO STIVALETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nenhum crítico leva Mel
Gibson a sério como diretor.
"A Paixão de Cristo" abusa do espetáculo da violência para contar
a história de Jesus -história na
qual o que mais importa é a força
da palavra, e não a imagem do
sangue e das feridas.
Como produtor, a coisa fica ainda pior. O astro chamou um tal de
Paul Abascal, que antes só havia
trabalhado como diretor em séries para a TV e como cabeleireiro
em produções-porrada como
"Máquina Mortífera", "Duro de
Matar" e "O Predador 2", para dirigir este "Paparazzi".
Ator do quinto escalão, Cole
Hauser interpreta Bo Laramie,
um astro de Hollywood que começa a ser perseguido por paparazzi. Os fotógrafos são verdadeiros psicopatas que não hesitam
em derramar sangue para conseguir suas fotos. Numa perseguição que termina em acidente, o filho do astro entra em coma.
Como este é um filme americano da pior espécie, o que Laramie
decidirá fazer? Vingar-se pessoalmente dos fotógrafos, claro, destruindo a vida de cada um deles
debaixo do nariz da polícia. O
mais deprimente é ver coadjuvantes como Tom Sizemore e Daniel
Baldwin fazendo vilões mais caricatos que os de história infantil.
"Paparazzi" defende aquela
idéia torta de que os astros são seres indefesos frente a uma mídia
voraz, como se os artistas não precisassem e estimulassem esse assédio para se manter sob os refletores. Gibson devia se recolher ao
seu trabalho de ator. Nunca foi
nem será um grande intérprete,
mas pelo menos dessa maneira
mostra sua bela estampa sem provocar fortes estragos no cinema.
Paparazzi
Direção: Paul Abascal
Produção: EUA, 2004
Com: Cole Hauser, Daniel Baldwin
Quando: a partir de hoje nos cines Central Plaza, Jardim Sul e circuito
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