São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Crítica

Diretor se perde com história frouxa, fórmula manjada e atores sofríveis

DO ENVIADO A TÓQUIO

Takashi Shimizu parece consumido pela maldição que criou. Na sexta versão de sua saga, o diretor perde a força criativa que o revelou ao Ocidente. Em "O Grito 2", Shimizu apresenta uma história que não se sustenta, repete filmes anteriores e é refém de um elenco que não ajuda.
A trama se divide em três núcleos -dois no Japão e um nos EUA. Em Tóquio, há Aubrey (Amber Tamblyn), que tenta descobrir o que ocorreu com sua irmã, Karen (Sarah Michelle Gellar), a protagonista de "O Grito" e que agora definha em um hospital. E há também Allison (Arielle Kebbel), tímida estudante convencida por duas colegas a visitar a casa assombrada por Kayako. Em Chicago, Trish (Jennifer Beals) vai morar no apartamento do namorado e dos dois filhos dele, numa relação cheia de ciúme.
Os problemas se concentram nos núcleos japoneses. Aubrey viaja pelo país para desvendar a maldição de Kayako, em romaria confusa e frustrante e que repete a peregrinação de Naomi Watts em "O Chamado". Allison e suas amigas são responsáveis pela reciclagem.
Com uma delas, o fantasma de Kayako se embrenha por um quarto de motel, em seqüência quase igual à do apartamento de Karen em "O Grito". Com outra, Shimizu resgata uma cena na escola que estava na primeira versão japonesa do filme.
E Amber Tamblyn e Arielle Kebbel são incapazes de compreender o tempo dramático de uma obra de horror. Com elas, cenas em tese assustadoras se tornam quase cômicas.
A parte americana do filme, com um personagem misterioso responsável por momentos surpreendentes, indica que o talento de Shimizu não está esgotado. Mas esperava-se mais. "Almas Reencarnadas", o anterior de Shimizu, exibido há pouco no Brasil, é melhor. (LC)


O GRITO 2  
Direção:
Takashi Shimizu
Produção: EUA/Japão, 2006
Com: Amber Tamblyn, Arielle Kebbel, Jennifer Beals
Quando: a partir de hoje nos cines Bristol, Pátio Higienópolis e circuito


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