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Crítica
Diretor se perde com história frouxa, fórmula manjada e atores sofríveis
DO ENVIADO A TÓQUIO
Takashi Shimizu parece
consumido pela maldição que criou. Na sexta
versão de sua saga, o diretor
perde a força criativa que o revelou ao Ocidente. Em "O Grito
2", Shimizu apresenta uma história que não se sustenta, repete filmes anteriores e é refém
de um elenco que não ajuda.
A trama se divide em três núcleos -dois no Japão e um nos
EUA. Em Tóquio, há Aubrey
(Amber Tamblyn), que tenta
descobrir o que ocorreu com
sua irmã, Karen (Sarah Michelle Gellar), a protagonista de "O
Grito" e que agora definha em
um hospital. E há também Allison (Arielle Kebbel), tímida estudante convencida por duas
colegas a visitar a casa assombrada por Kayako. Em Chicago,
Trish (Jennifer Beals) vai morar no apartamento do namorado e dos dois filhos dele, numa relação cheia de ciúme.
Os problemas se concentram
nos núcleos japoneses. Aubrey
viaja pelo país para desvendar a
maldição de Kayako, em romaria confusa e frustrante e que
repete a peregrinação de Naomi Watts em "O Chamado".
Allison e suas amigas são responsáveis pela reciclagem.
Com uma delas, o fantasma de
Kayako se embrenha por um
quarto de motel, em seqüência
quase igual à do apartamento
de Karen em "O Grito". Com
outra, Shimizu resgata uma cena na escola que estava na primeira versão japonesa do filme.
E Amber Tamblyn e Arielle
Kebbel são incapazes de compreender o tempo dramático de
uma obra de horror. Com elas,
cenas em tese assustadoras se
tornam quase cômicas.
A parte americana do filme,
com um personagem misterioso responsável por momentos
surpreendentes, indica que o
talento de Shimizu não está esgotado. Mas esperava-se mais.
"Almas Reencarnadas", o anterior de Shimizu, exibido há
pouco no Brasil, é melhor.
(LC)
O GRITO 2
Direção: Takashi Shimizu
Produção: EUA/Japão, 2006
Com: Amber Tamblyn, Arielle Kebbel, Jennifer Beals
Quando: a partir de hoje nos cines
Bristol, Pátio Higienópolis e circuito
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