São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Texano aproveita sucesso de "Crepúsculo"

Sem conhecer saga de Stephenie Meyer, autor de "A Passagem" vende 20 mil no Brasil

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Uma trilogia vampiresca, um escritor multimilionário da noite para o dia, quase 1 milhão de exemplares vendidos e direitos comprados para o cinema por Ridley Scott.
As comparações com Stephenie Meyer, autora da saga "Crepúsculo", são inevitáveis. Mas o americano Justin Cronin, 48, diz que nunca leu a série, cujo primeiro livro foi publicado em 2005.
"Não é para mim, é para jovens mulheres. A coisa toda do "Crepúsculo" levou um tempo para virar um fenômeno, não estava no meu radar enquanto escrevia a minha história", diz Cronin, em entrevista à Folha.
O escritor, um democrata que vive no Texas com a mulher e os dois filhos, havia lançado apenas duas obras quando publicou as 800 páginas de "A Passagem" nos EUA, em junho.

MODA
O primeiro de três livros -os outros devem chegar às lojas em 2012 e 2014- foi igualmente bem recebido por crítica e público. No Brasil, vendeu mais de 20 mil exemplares em menos de dois meses. No mundo, já ultrapassa os 800 mil.
"A verdade é que há essa moda de vampiros agora, mas sinto que nunca foram embora. Cresci com as histórias do gênero, há sempre um mercado", diz.
Para Cronin, a saga de Meyer é uma mistura de "vampiros com Romeu e Julieta", enquanto a sua é uma "história sobre o fim do mundo". Apesar de se distanciar da série adolescente, o escritor afirma que "a moda é ótima e certamente vai ajudar o meu livro [a fazer sucesso]".
"Dou as boas-vindas a todos os leitores de "Crepúsculo". Eles estão crescendo e "A Passagem" traz um olhar diferente sobre os vampiros.
Mas, na essência, é o mesmo tipo de história", reconhece.
"Eu só removi a mágica.
No seu lugar, coloquei a ciência. Não nas criaturas, mas nos sobreviventes." O livro é adulto, mas a protagonista é vivida por uma menina ruiva, Amy, abandonada pela mãe, uma prostituta -para a protagonista, nos cinemas, Cronin diz imaginar Ellen Page (de "Juno").
A personagem de cabelos vermelhos foi uma das exigências de sua filha, Iris, que tinha nove anos quando surgiu a ideia da obra, em 2005.
Foi ela a responsável pela trilogia que enriqueceu o pai.
""A Passagem" surgiu de uma experiência muito particular com a minha filha, que me desafiou a escrever uma história sobre uma garota que salva o mundo."
Enquanto ensinava a menina a andar de bicicleta, os dois elaboravam, de brincadeira, o que viraria a trilogia de terror. Cinco anos depois, Cronin havia abandonado a universidade onde dava aulas para se dedicar aos próximos livros -e à fama.


A PASSAGEM
AUTOR Justin Cronin
TRADUÇÃO Ivanir Calado
EDITORA Sextante
QUANTO R$ 49,90 (816 págs.)




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