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Texano aproveita sucesso de "Crepúsculo"
Sem conhecer saga de Stephenie Meyer, autor de "A Passagem" vende 20 mil no Brasil
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Uma trilogia vampiresca,
um escritor multimilionário
da noite para o dia, quase 1
milhão de exemplares vendidos e direitos comprados para o cinema por Ridley Scott.
As comparações com Stephenie Meyer, autora da saga
"Crepúsculo", são inevitáveis. Mas o americano Justin
Cronin, 48, diz que nunca leu a série, cujo primeiro livro foi publicado em 2005.
"Não é para mim, é para jovens mulheres. A coisa toda
do "Crepúsculo" levou um
tempo para virar um fenômeno, não estava no meu radar
enquanto escrevia a minha
história", diz Cronin, em entrevista à Folha.
O escritor, um democrata
que vive no Texas com a mulher e os dois filhos, havia
lançado apenas duas obras
quando publicou as 800 páginas de "A Passagem" nos
EUA, em junho.
MODA
O primeiro de três livros
-os outros devem chegar às
lojas em 2012 e 2014- foi
igualmente bem recebido
por crítica e público. No Brasil, vendeu mais de 20 mil
exemplares em menos de
dois meses. No mundo, já ultrapassa os 800 mil.
"A verdade é que há essa
moda de vampiros agora,
mas sinto que nunca foram
embora. Cresci com as histórias do gênero, há sempre um mercado", diz.
Para Cronin, a saga de Meyer é uma mistura de "vampiros com Romeu e Julieta", enquanto a sua é uma "história sobre o fim do mundo". Apesar de se distanciar da série
adolescente, o escritor afirma que "a moda é ótima e
certamente vai ajudar o meu livro [a fazer sucesso]".
"Dou as boas-vindas a todos os leitores de "Crepúsculo". Eles estão crescendo e "A
Passagem" traz um olhar diferente sobre os vampiros.
Mas, na essência, é o mesmo tipo de história", reconhece.
"Eu só removi a mágica.
No seu lugar, coloquei a ciência. Não nas criaturas, mas
nos sobreviventes."
O livro é adulto, mas a protagonista é vivida por uma
menina ruiva, Amy, abandonada pela mãe, uma prostituta -para a protagonista, nos
cinemas, Cronin diz imaginar Ellen Page (de "Juno").
A personagem de cabelos
vermelhos foi uma das exigências de sua filha, Iris, que
tinha nove anos quando surgiu a ideia da obra, em 2005.
Foi ela a responsável pela trilogia que enriqueceu o pai.
""A Passagem" surgiu de
uma experiência muito particular com a minha filha, que
me desafiou a escrever uma
história sobre uma garota que salva o mundo."
Enquanto ensinava a menina a andar de bicicleta, os
dois elaboravam, de brincadeira, o que viraria a trilogia
de terror. Cinco anos depois,
Cronin havia abandonado a
universidade onde dava aulas para se dedicar aos próximos livros -e à fama.
A PASSAGEM
AUTOR Justin Cronin
TRADUÇÃO Ivanir Calado
EDITORA Sextante
QUANTO R$ 49,90 (816 págs.)
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