São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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CRÍTICA MPB
Público eleva a clássicas músicas de Los Hermanos; Mutantes provam seu valor

MARCUS PRETO
ENVIADO ESPECIAL A ITU

Mais do que o tempo, é a distância que tem dimensionado o real tamanho do Los Hermanos dentro da música brasileira -não importa o gênero- da última década.
A princípio, a apresentação que a banda fez no sábado, no SWU Festival, estava na categoria "para matar a saudade". Em recesso desde 2007, foi escalada pelo público, em enquete prévia, para participar do evento.
Mas o que aconteceu no palco da Fazenda Maeda foi bem mais do que isso.
Cantando em coro cada verso das 16 músicas apresentadas, os quase 50 mil presentes elevaram a banda à categoria de clássico.
Cedo demais? Nem tanto, já que foram eles que redigiram a cartilha que agora é seguida por parte relevante do pop -e MPB- nacional.
Em Itu, não foi preciso mais do que basicamente as mesmas canções apresentadas na última reunião da banda, no ano passado, quando fizeram shows de abertura para o Radiohead.
Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante pouco se importaram com o clima festivo da ocasião. Além de hits como "Todo Carnaval Tem Seu Fim" e "Deixa o Verão", apresentaram temas melancólicos, inclusive na forma, como "De Onde Vem a Calma" e "Último Romance".
A grandeza dessas canções, ali deu para ver com mais clareza, já estão em algum lugar além da festa, da felicidade e da tristeza.

BALADA DO LOUCO
A tarefa dos novos Mutantes, que se apresentaram imediatamente antes dos Hermanos, foi mais ingrata.
Se a banda já sentia restrições quando também tinha Arnaldo Baptista entre os integrantes, na volta em 2006, a desconfiança ficou mais severa agora, que conta apenas com Sergio Dias e Dinho Leme da formação original.
Sem Arnaldo nem Rita Lee por perto, precisam responder, a cada acorde, o que estão fazendo ali, porque voltaram à ativa e se merecem ostentar o nome Mutantes -o mais sagrado do imaginário pop nacional.
Refizeram em cena o repertório básico da fase áurea da banda, entre 1968 e 1972 -o mesmo que os trouxe de volta há quatro anos: "Ando Meio Desligado", "Top Top", "Minha Menina", "Baby", "Balada do Louco".
Cometeram uma ousadia: tocar "Querida Querida", composta sob a formação atual. A plateia não deu bola, mas estavam escondidas nessa música as respostas sobre se eles merecem ou não seguir chamando Mutantes.


LOS HERMANOS
AVALIAÇÃO ótimo

MUTANTES
AVALIAÇÃO bom




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