São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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CONEXÃO POP

De Radiohead ao R.E.M.


Banda de Thom Yorke acerta turnê sul-americana para março de 2009; Brasil deve receber o grupo inglês

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

AINDA SOBROU gás depois de tantos festivais e shows? Ainda tem SP Noise, em 21 e 22/ 11, com Vaselines, Black Lips, Black Mountain, entre outros; também em 21 e 22/11 dá para pegar o Duran Duran; ainda em festival, em 29/11 chega o Nokia Trends, com o figura Bomb the Bass e a electro-rap Kid Sister; e não dá para esquecer de Madonna, claro.
Mesmo com o dólar ameaçando estourar, já há, para 2009, um grande show fechado e outro em vias de: Elton John e Radiohead. O primeiro já acertou duas apresentações, em São Paulo (17/1) e no Rio (19/1).
Já o Radiohead fechou a primeira data da turnê sul-americana. Ontem começariam a ser vendidos os ingressos para apresentação da banda em Santiago, no estádio San Carlos de Apoquindo. O show no Chile acontece em 27 de março.
Segundo um produtor ouvido por esta coluna, havia pelo menos três interessados em trazer a banda ao Brasil desde o meio deste ano. Agora, há, segundo essa fonte, apenas uma produtora na negociação. Se há anos ouve-se rumores de que Thom Yorke e cia. viriam ao Brasil, nos próximos dias deve ser anunciado oficialmente pelo menos dois shows da banda inglesa por aqui.

 

Não há banda tão mitificada hoje no pop como o Radiohead. Muito desse culto foi alimentado pela capacidade do grupo em mudar de direção de um disco para outro. Depois do elogiado "OK Computer" (1997), o grupo deixou certos padrões pop (refrões; temas claros) para se ater a influências que vão de improvisações jazzísticas a ruídos eletrônicos e harmonias eruditas.
Claro que eles não foram os primeiros a se aprofundar nesses gêneros, mas nenhuma outra banda com o porte deles se arriscou em horizontes tão distintos.
O resultado? Um disco como "Kid A", por exemplo, tido como o "turning point" do Radiohead, foi bastante criticado em 2000. Suas músicas, difusas, sem um centro de identificação, foram classificadas como confusas e pretensiosas.
Ouça hoje "Kid A". É o disco mais bem-acabado da banda, mais ambicioso, em que Thom Yorke e o guitarrista Jonny Greenwood aparecem focados em suas idéias. "Idioteque", "The National Anthem" e "Everything in Its Right Place", por exemplo, são peças irrepreensíveis.
 

Anteontem teve R.E.M. em SP. Não havia visto a apresentação deles no Rock in Rio, em 2001, para muitos um dos melhores shows que já passaram pelo país. Bem, se em 2008 eles já não são tão grandes quanto no início da década, ainda conservam quase intacta a dignidade que falta a outros medalhões do rock.
Entre faixas obscuras como "I Took Your Name" e hits manjados como "Losing My Religion", ainda conseguem nos emocionar com faixas como "Drive" e "Man on the Moon".

thiago.ney@grupofolha.com.br



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