O carioca Julio Rego lança hoje, em SP, o livro "Estilo no Trabalho". Editor de moda masculina da TV Globo, assinando o figurino de programas como o do Jô, Rego começou a trabalhar com moda há uma década, depois de abandonar o mercado de capitais e passar uma temporada em Londres -cidade que lhe deu a inspiração necessária para o novo ofício.

Folha - Quem são alguns dos homens mais elegantes do Brasil?
Julio Rego - O homem mais chique do Brasil foi o embaixador Walter Moreira Salles [já morto". Hoje, uma das pessoas mais elegantes, no governo, é o ministro Pedro Malan. Está sempre direitinho em suas gravatas discretas, nos seus ternos cinzas. Na televisão, os mais elegantes são Jô Soares, Raul Cortez e José Lewgoy. Tanto que eu faço, no programa do Jô, o figurino do sexteto, mas o do Jô, não. Ele sabe de tudo. Usa, por exemplo, gravata borboleta como ninguém.

Folha - E o Lula?
Rego - Para uma pessoa que nunca usou terno, um metalúrgico, eu diria que ele está no caminho certo, muito bem orientado. Tenho visto ele discreto. Ele está aprendendo, é uma função nova.

Folha - Algum conselho?
Rego - Acho a estrela que ele está usando, do PT, um pouco grande demais para aquela lapela. Parece uma condecoração. Não tem nada de mais que ele prestigie seu partido, mas não exagere na estrela. Pode também sofisticar um pouco as camisas. Se diminuir a altura do colarinho, fica mais chique. Ele poderia também usar monogramas, uma camisa "personal". A origem dos monogramas é que as pessoas ricas viajavam de navio, mandavam para a lavanderia, e os monogramas personalizavam a camisa, para que não se perdesse.

Folha - E o fato de ele repetir as gravatas?
Rego - Tem que repetir, senão é uma loucura, entendeu? Ele está usando umas gravatas listradas bonitas. Outro conselho que eu sempre dou: sapatos discretos e meia comprida, para cobrir o tornozelo -perna de homem não pode aparecer. Para se vestir bem, tem que cuidar dos detalhes. A elegância começa de baixo para cima.


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