ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em 2003, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concedeu à Secretaria de Estado da Cultura um empréstimo de US$ 30 milhões, para o financiamento de oficinas culturais em nove regiões de São Paulo em que havia jovens em situação de risco. Apesar do dinheiro disponível, a secretaria demorou quatro anos para dar início ao programa, batizado de Fábricas de Cultura.
Cinco anos depois, enfim, o público começa a conhecer as propostas do programa, que hoje envolve 1.200 jovens de 14 a 19 anos. Até domingo, o teatro Sérgio Cardoso serve de palco para o Festival Fábricas de Cultura, apresentando o resultado de mais de um ano de trabalho.
"O programa demorou a sair porque houve uma dificuldade entre o desenho dele e a realidade da secretaria, que ficou esvaziada durante anos. No ano passado, houve uma renegociação com o BID, que confirmou o empréstimo e também a preparação de um projeto pedagógico", afirma Luiz Nogueira, coordenador da unidade de formação cultural da secretaria.
O balé "Petrouchka" (de 1911), com coreografia de Michel Fokine e música de Igor Stravinsky, foi o tema para as criações com grupos formados em lugares como Sapopemba, Cidade Tiradentes e Itaim Paulista. As releituras envolvem uma mistura de dança, teatro, música, circo e artes plásticas, áreas que fazem parte do cotidiano do projeto.
O programa ganhou fôlego neste ano com o início da construção de três dos nove prédios que vão abrigar as Fábricas de Cultura: Cachoeirinha, Capão Redondo e Jaçanã. Com uma injeção de verba do governo do Estado, que promete investir R$ 60 milhões, as outras fábricas devem entrar em obras no início de 2009. Também em março, novas turmas com mais 120 jovens terão início nas nove regiões do programa.