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Crítica
Candeias sonda mistérios de nossa existência
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Diego Assunção escreve num
e-mail sobre o documentário
feito sobre Ozualdo Candeias
há alguns anos.
Candeias não fala nada. Ele
aparece dirigindo sua moto, enquanto outras pessoas dão depoimentos sobre seu trabalho.
Diego nota, sobre este filme:
"Ali, há anos sem filmar, ele já
parecia um fantasma do cinema brasileiro".
O cinema brasileiro é especialista em produzir fantasmas.
São o outro lado das coisas,
aqueles que, seja qual for o motivo, nunca participaram de sua
oficialidade.
Talvez por isso mesmo, ao
morrer, chamam nossa atenção: fazem parte de uma esfera
de real que não se abre facilmente ao espectador, passa
longe das colunas sociais, preserva intacto o tal mistério da
existência.
Esse mistério está no filme
de Candeias que o Canal Brasil
passa hoje, "Caçada Sangrenta" (0h30). Está, mais ainda, no
"Blow Up" de Antonioni, que
o Turner Classic Movies exibe
às 2h40.
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