São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Novas na tela

Vitaminado pelo sucesso dos blockbusters do ano passado, o cinema brasileiro chega a 2011 com uma nova safra de atrizes

"Cinema é o sonho de todo ator", diz Juliana Schalch, 25, protagonista do independente "Os 3", filme de Nando Olival (diretor, ao lado de Fernando Meirelles, de "Domésticas, o Filme"), com estreia programada para o mês de abril.

 


"Antes toda menina bonita queria ser atriz", diz a produtora de elenco Marcela Altberg. "Essa nova geração entendeu que a profissão exige o mesmo comprometimento que a medicina. Uma atriz precisa estudar o tempo inteiro, senão fica para trás", completa ela.

 


A produtora paulista Sara Silveira acredita que "ou as meninas nascem talentosas ou precisam treinar muito". Caio Gullane, também produtor, entra no coro: "Tem muita demanda de atrizes jovens no cinema brasileiro. Mas não basta ter o rosto ou o corpo bonito".

 


Em um casarão tombado no bairro paulistano do Ipiranga, as cinco meninas foram fotografadas por Márcio Simnch e contaram suas histórias para a repórter Teté Ribeiro. Revelaram seus sonhos, projetos, medos, dramas, fama e ídolos.

LETÍCIA COLIN

Fotos Márcio Simnch


Ela é a personagem grávida do musical "Hair", em cartaz no Rio, e tem dois filmes prontos para estrear. Logo começa a gravar a próxima novela da Record, "sobre um grupo de pessoas que ganha na loteria".

 


"Sou capricorniana, gosto de ter obrigação", diz a atriz, que começou fazendo comerciais aos oito anos em Santo André (SP), onde morava.

 


Aos 18 anos, fez seu primeiro papel sensual, no ainda inédito "Bonitinha Mas Ordinária", de 2009, terceira versão para o cinema da obra de Nelson Rodrigues, dirigida por Moacyr Góes e com João Miguel e Leandra Leal no elenco.

 


"Foi marcante viver essa personagem aos 18. E, aos 21, estar em "Hair". Não tem como cantar "A Era de Aquário" de quarta a domingo e não ficar um pouco hippie", afirma.

 


No mês que vem, entra em cartaz o longa-metragem "Amor?", de João Jardim, baseado em histórias de amor e violência. Letícia é a mais jovem do elenco, que tem ainda Lília Cabral, Julia Lemmertz, Mariana Lima e Ângelo Antônio, entre outros.

 


"Sou intensa, dramática. O cinema é muito propício para isso, mas preciso de outras mídias também. Acho ótimo estar na Record. Muita gente tem preconceito, mas é legal estar em um lugar que está mudando a lógica do mercado."

OLIVIA TORRES

A protagonista do filme "Desenrola" tem mãe atriz e pai produtor. Faz teatro desde cedo, esse é seu primeiro filme. "Agora só quero fazer cinema." Estuda canto e atuação. "Componho músicas e escrevo roteiros, mas prefiro interpretar o trabalho de outros."

 


No filme, a personagem de Olívia resolve que chegou a hora de perder a virgindade. "Tinha 14 anos quando filmamos, nem sabia do que se tratava", conta ela, que não diz o quanto aprendeu desde então. "Falar muita intimidade nunca dá certo." Olívia tem só 16 anos e já esbarrou com fãs histéricas. Foi em 2010, quando fazia o seriado "Malhação". "Um dia, vieram várias pessoas em cima de mim. Foi bem assustador."

 


Neste ano, a fã de Penélope Cruz termina o colegial. E vai prestar artes cênicas. "Vou estudar o resto da vida. Ator que acha que está pronto pode sair da profissão, isso não existe."

JULIANA SCHALCH

"Estou muito ansiosa com a estreia de "Os 3". Foi o trabalho mais intenso que fiz até hoje", conta a atriz paulista, escalada para a próxima novela das sete da TV Globo, "Morde & Assopra", que estreia em março.

 


"Os 3", seu primeiro filme como protagonista, mostra um trio de amigos de faculdade formado por uma menina dominante e dois garotos loucos por ela. "Juliana é uma atriz única. Todo mundo se apaixona quando vê o filme. Homens e mulheres", diz o diretor Nando Olival. Formada pela EAD (Escola de Arte Dramática, da USP)", atuou em "Tropa de Elite 2" (é a garota presa fumando maconha junto com o filho do Capitão Nascimento). E fez uma ponta em "Vips".

THAIS MULLER

"Minha mãe conta que, com três anos, eu dizia que estava pronta para entrar em cena", ri Thais Muller, filha dos atores Marcela Muniz e Anderson Muller. Aos cinco, fez uma peça infantil. Aos sete, a primeira novela na Globo, "O Cravo e a Rosa". "A personagem tinha 12 anos e era morena, eu tinha sete e sou naturalmente loira." Era a irmã mais nova de Leandra Leal ("meu ídolo") e Adriana Esteves.

 


Seu primeiro filme como protagonista é "A Novela das Oito", que se passa nos anos 70 e deve estrear em novembro. Thais estuda canto, dança e atuação. "Tem muita gente igual no meio. Para ter algo a mais, tem que se preparar."

BRANCA MESSINA

A veterana do time tem 25 anos, oito longas. "Sou atriz por desespero." Passou a infância na Espanha. Na volta ao Brasil, meio perdida aos 15 anos, fez um curso com o diretor Gerald Thomas. "Me achei ali, naquela loucura transformada em arte." Até que um diretor de cinema a chamou para o longa-metragem "Cafuné", de 2005, "que não aconteceu muito. Mas comecei a ser chamada para outros filmes".

O mais conhecido é "Não por Acaso", de Philippe Barcinski, de 2007. Neste ano, espera o lançamento de "Gringos do Rio", de Jonathan Nossiter, com Bill Pullman e Charlotte Rampling. "Tenho a impressão de que não sei quem eu sou e vou me descobrindo nesse processo", conta ela, que mora há quatro anos com o ator Pedro Brício "e dois gatos idosos, que volta e meia fazem xixi nos meus sapatos".


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