|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RÁDIO
Por que está tão complicado sintonizar as estações no Brasil?
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Parece que as rádios caíram
na real: ou se preparam para
enfrentar a crise do mercado publicitário e para aproveitar a
emenda constitucional que deve
liberar o capital estrangeiro na radiodifusão, ou vai ter muita emissora fechando as portas por aí.
Ontem, a Aesp (Associação das
Emissoras de Rádio e TV de SP)
realizaria almoço com executivos
e um consultor internacional. No
cardápio, prato feito: o que donos
de AMs e FMs devem fazer para
tentar provar a gringos e investidores nacionais que o setor pode
ser interessante comercialmente?
Uma das causas da chacoalhada
foi a recente divulgação do Inter-Meios, análise sobre publicidade
em mídia da revista "Meio &
Mensagem". Os investimentos
publicitários em rádio caíram
8,4% de 2000 para 2001 (de R$
482,1 milhões para R$ 441,5 milhões). A fatia das emissoras no
"bolo" da publicidade recuou de
4,9% para 4,7%. Foi decepcionante, principalmente considerando
que houve forte trabalho do GPR
(Grupo de Profissionais do Rádio) para convencer anunciantes
e publicitários a investir no setor.
E como se isso não bastasse, o
meio também enfrenta problemas de representatividade política. A crise "televisiva" na Abert
(Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), com a
saída da Bandeirantes, Record e
SBT, está fazendo eco nas rádios.
As três TVs estão formando nova entidade e querem levar as rádios também. As FMs e AMs da
Band e da Record podem migrar e
tornar ainda menos unido o setor.
Mas a questão é mais profunda.
Há uma corrente defendendo que
rádios e TVs não podem ser representadas pela mesma associação. Como a TV tem mais força
no lobby político e mais dinheiro,
as rádios ficariam em segundo
plano nas negociações. Abert e
Aesp, oficialmente, garantem que
isso não ocorre. Nesse imbróglio,
um fato: mesmo com tantas dificuldades, o setor está longe de ser
"um por todos e todos por um".
E por falar em confusão, continua fervendo a disputa entre Neneto Camargo, proprietário da
Nativa (95,3 MHz) e da 89 FM
(89,1), e Paulo de Abreu, dono de
várias emissoras, como Kiss
(102,1 MHz) e Tupi (104,1).
Camargo tenta convencer empresários a denunciar em conjunto à Agência Nacional de Telecomunicações rádios de Abreu que
têm autorização para operar em
outras cidades, mas estão na capital. Tem muita gente com medo
de entrar na briga. É só mais um
capítulo da novela das "rádios
que andam". Outros virão...
laura@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Teatro: Shell premia Leopoldo Pacheco e "Pólvora" Índice
|