São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2000


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"Conquista espiritual" em xeque

da Agência Folha, em Porto Alegre

Há quem enalteça e quem critique profundamente a experiência das Missões Jesuíticas. Se para uns a convivência foi harmônica e produtiva entre duas culturas, para outros não passou de uma evangelização católica, definida pelos padres jesuítas como "conquista espiritual".
Até serem trocados com a Espanha pela cidade de Colônia do Sacramento (hoje um município com forte influência arquitetônica colonial portuguesa em pleno Uruguai), em 1750, os Sete Povos das Missões (hoje RS) eram o que espanhóis e portugueses chamavam de "terra de ninguém".
Eram 30 povoados missioneiros (outros 23 estão espalhados pela Argentina e pelo Paraguai).
Duas características básicas fizeram do local uma área de fortes disputas: o solo apropriado para a pecuária e, sobretudo, o fato de estarem na divisa indefinida das colônias espanhola e portuguesa.
Não por acaso, a história das Missões Jesuíticas inclui vários conflitos, entre portugueses e castelhanos, com os índios envolvidos nos campos de batalha.
Quando a experiência das missões se iniciou, os índios tinham uma relação íntima com a natureza. Os padres estavam tomados pela tecnologia do Renascimento. O isolamento geográfico facilitou a experiência cultural.
O urbanismo, a arquitetura e as artes plásticas foram usados como instrumento de apoio para a conquista espiritual promovida pela Igreja.
As igrejas, propositadamente, eram o centro das "reduções" jesuíticas. De suas ruínas, saíram várias das peças que são apresentadas na exposição.
Em sua catequese, os jesuítas deixaram documentos a respeito das missões. O idioma guarani, que antes era transmitido oralmente, foi estudado e escrito. Produziram-se livros de gramática e dicionários.
Para muitos, as missões são consideradas uma utopia. De qualquer forma, não há dúvida quanto à herança que elas deixaram em termos culturais e econômicos. (LG)


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