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"Conquista espiritual" em xeque
da Agência Folha, em Porto Alegre
Há quem enalteça e quem critique profundamente a experiência
das Missões Jesuíticas. Se para
uns a convivência foi harmônica e
produtiva entre duas culturas, para outros não passou de uma
evangelização católica, definida
pelos padres jesuítas como "conquista espiritual".
Até serem trocados com a Espanha pela cidade de Colônia do Sacramento (hoje um município
com forte influência arquitetônica colonial portuguesa em pleno
Uruguai), em 1750, os Sete Povos
das Missões (hoje RS) eram o que
espanhóis e portugueses chamavam de "terra de ninguém".
Eram 30 povoados missioneiros
(outros 23 estão espalhados pela
Argentina e pelo Paraguai).
Duas características básicas fizeram do local uma área de fortes
disputas: o solo apropriado para a
pecuária e, sobretudo, o fato de
estarem na divisa indefinida das
colônias espanhola e portuguesa.
Não por acaso, a história das
Missões Jesuíticas inclui vários
conflitos, entre portugueses e castelhanos, com os índios envolvidos nos campos de batalha.
Quando a experiência das missões se iniciou, os índios tinham
uma relação íntima com a natureza. Os padres estavam tomados
pela tecnologia do Renascimento.
O isolamento geográfico facilitou
a experiência cultural.
O urbanismo, a arquitetura e as
artes plásticas foram usados como instrumento de apoio para a
conquista espiritual promovida
pela Igreja.
As igrejas, propositadamente,
eram o centro das "reduções" jesuíticas. De suas ruínas, saíram
várias das peças que são apresentadas na exposição.
Em sua catequese, os jesuítas
deixaram documentos a respeito
das missões. O idioma guarani,
que antes era transmitido oralmente, foi estudado e escrito. Produziram-se livros de gramática e
dicionários.
Para muitos, as missões são
consideradas uma utopia. De
qualquer forma, não há dúvida
quanto à herança que elas deixaram em termos culturais e econômicos.
(LG)
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