São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009 |
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CONEXÃO POP De Eminem a St. Vincent
THIAGO NEY DA REPORTAGEM LOCAL UM É verborrágico, faz uso abundante do sarcasmo e suas rimas atingem alvos diversos. A outra é contida, adepta de metáforas que passeiam por canções elegantemente orquestradas. Eminem e St. Vincent vivem em universos opostos. Em 2005, Eminem, talvez o mais famoso rapper do mundo, anunciou um "los hermanos" antes dos próprios Los Hermanos: iria parar por um tempo indeterminado. O hiato terminaria na semana que vem, mas "Relapse", seu sexto disco de estúdio, foi parar na internet poucos dias atrás. Um novo disco de Eminem não é qualquer coisa. Tudo bem, seus dois últimos álbuns, "The Eminem Show" (2002) e "Encore", são maçantes, preguiçosos até, mas, antes, o cara havia dado um sopro de ar fresco no rap americano, com letras formando histórias bem contadas e melodias feitas a partir de samples inusitados. A sintaxe de canções como "Stan", "The Way I Am" e "My Name Is" fez Eminem ser comparado por um jornal inglês a poetas como Yeats e Robert Browning. Quatro anos brincando no estúdio não foram suficientes para Eminem produzir uma obra-prima. "Relapse" é um disco de rap quase genérico; difícil distinguir Eminem de um 50 Cent, por exemplo -50 Cent que participa de uma faixa do álbum. Em meio a 20 faixas e interlúdios, destacam-se momentos mais soltos, em que Eminem distancia-se do rap pesado e da auto-indulgência; faixas como "Bagpipes from Baghdad", "Underground" e "Medicine Ball".
Genérico é uma classificação
que definitivamente não pode ser associada a St. Vincent,
nome da multi-instrumentista americana Annie Clarke.
Quer saber como estragar uma música excelente? Ouça o remix que Calvin Harris fez para "The Reeling", do Passion Pit. Harris parece ter criado um novo gênero: electro-axé. Aqui dá para achar fácil: http://hypem.com.
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