São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Hitchcock e Coppola filmam pecadores

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se há um dito popular falso neste mundo é "quem não deve não teme". Porque todo mundo deve. Com mais sabedoria, Jesus desafiou os lapidadores de Maria Madalena, como bem mostra Rossellini em "O Messias": quem não tiver pecado que "atire a primeira pedra".
Esse é o princípio de Hitchcock, que veremos em "Psicose" (TCM, 0h35, não indicado para menores de 12 anos), em que a pobre Marion Crane (Janet Leigh) foge com dinheiro da firma onde trabalha, pensando em casar. Em Hitchcock, sempre se paga caro pelos pequenos pecados. A vida real não é tão diferente, na verdade.
O fato é que de "Psicose" é possível gostar sempre mais, a cada revisão. O mesmo acontece com "O Poderoso Chefão 3" (FX, 22h, 12 anos), de Francis Coppola. Neste filme não há um pecado, mas um turbilhão deles. Os passados, os presentes. Quanto mais se procura ar puro, mais o mundo mostra sua sordidez (de que o Vaticano é uma fonte infinita). E aí quem pagará pelas culpas do mundo?


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