São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA

Diretor carioca celebra, mais uma vez, o ofício do ator

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

Adaptação da peça homônima, "Todo Mundo Tem Problemas Sexuais", de Domingos de Oliveira, traz seis esquetes sobre o comportamento sexual humano.
Entre os esquetes há um casal convencional que começa a dividir a cama com outros parceiros; um homem que, mesmo amando uma mulher, se descobre gay; uma mulher que duvida do desejo de seu amante ao saber que ele toma Viagra.
O tom não é o das comédias sofisticadas de Oliveira, como "Amores" (1998) ou "Separações" (2002). Dessa vez, ele passeia pelo território do escracho, do chulo, do besteirol.
Não é um universo tão distante dos programas de humor televisivos ou de filmes como "De Pernas pro Ar" e "Divã". Mas, com menos recursos, Oliveira consegue chegar a um humor mais eficaz e inteligente.
No começo, Oliveira explica que preferiu escancarar a origem teatral do filme, em vez de escondê-la. Ele intercala filmagens da peça, cenas recriadas para o cinema e bate-papos entre os atores.
Além da observação sobre práticas e perversões sexuais, o filme nos permite enxergar as diferenças entre a linguagem e a interpretação teatral e a cinematográfica.
Também dá a Oliveira a chance de, mais uma vez, celebrar o ofício do ator. Como já se tornou hábito em sua obra, a precariedade não é um obstáculo para a originalidade, e sim um estímulo.

TODO MUNDO TEM PROBLEMAS SEXUAIS

DIREÇÃO Domingos de Oliveira
PRODUÇÃO Brasil, 2008
COM Pedro Cardoso, Cláudia Abreu e Priscilla Rozenbaum
ONDE nos cines SP Market, Espaço Unibanco Augusta, Bristol e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom


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