RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O Festival Nacional de Cinema e Vídeo do Ceará (Cine Ceará), que ocorre de 22 a 28 de junho, pretende ir ao encontro do público em praças públicas, no sertão ou até mesmo em um presídio de Fortaleza.
É com essa proposta de confirmar sua condição de festival popular -mais do ponto de vista da platéia do que das obras exibidas- que o evento chega à sua 11ª edição.
A partir dessa estratégia uma sessão de "Eu, Tu, Eles", de Andrucha Waddington, foi programada para as 133 internas do presídio feminino Auri Moura Costa. Outra locação inusitada escolhida pelo festival foi um abrigo de idosos.
O público infantil também será beneficiado com a proposta de popularização do festival. A mostra "O Primeiro Filme a Gente Nunca Esquece", dedicada às crianças, será ampliada este ano. Serão três sessões somente para alunos da rede pública.
O diretor-executivo do festival, Wolney Oliveira, diz que a intenção do Cine Ceará é conjugar o aumento do público de cinema no Estado com um trabalho social.
"É um trabalho de formação de platéia e, se não for dessa forma, esse povo não vai ter acesso ao cinema nunca", afirma Oliveira.
O Cine Ceará é o único dos quatro grandes festivais do país -os demais são os de Gramado, Brasília e Recife- com entrada gratuita em todas as suas atividades.