São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Crítica

Fórmula de Harry Potter inspira livro

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Após a enxurrada de clones que seguiu o sucesso da série "Harry Potter", não é de estranhar que alguém tivesse a idéia de ressuscitar velhos heróis para acomodá-los a um gosto juvenil. Quer dizer, consumível não só pela legião de leitores crianças e adolescentes convertidos aos encantos do pequeno bruxo mas também por outro público, aquele de "jovens de todas as idades". Mas só adaptar a fórmula nem sempre funcionou, foi preciso encontrar um personagem consolidado no imaginário. Como era Bond quando pequeno? Quem são seus pais? Como era sua família? Onde estudou? Quais eram seus amigos (e inimigos) quando jovem? E a questão essencial: como ele se tornou aquilo que é? Uma velha idéia -o romance de formação-, adaptada a uma trama veloz para consumo de massa e oferecida dentro do modelo seriado do folhetim -cada livro traz uma aventura e ao mesmo tempo serve de retrato de uma fase do crescimento. Na primeira parte de "Missão Silverfin", a obsessão pela fórmula Potter impede que o leitor seja capturado de imediato. É a partir da segunda parte que a aventura ganha corpo, quando resolve investigar o desaparecimento de um garoto de sua idade. É aí que se mostram as primeiras provas da mistura de habilidades que um dia transformarão Bond em 007. Por enquanto, ele é apenas um bom garoto, órfão e com um tio ex-espião à beira da morte. Longe da escola formal, é nessa escola de aventuras que James põe, pela primeira vez, seu pé na lenda.


MISSÃO SILVERFIN
   
Autor: Charlie Higson
Editora: Record
Quanto: R$ 49,90 (400 págs.)



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