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Crítica
Fórmula de Harry Potter inspira livro
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Após a enxurrada de
clones que seguiu
o sucesso da série
"Harry Potter", não é de
estranhar que alguém tivesse a idéia de ressuscitar
velhos heróis para acomodá-los a um gosto juvenil.
Quer dizer, consumível
não só pela legião de leitores crianças e adolescentes convertidos aos encantos do pequeno bruxo mas
também por outro público, aquele de "jovens de todas as idades".
Mas só adaptar a fórmula nem sempre funcionou,
foi preciso encontrar um
personagem consolidado
no imaginário. Como era
Bond quando pequeno?
Quem são seus pais? Como era sua família? Onde
estudou? Quais eram seus
amigos (e inimigos) quando jovem? E a questão essencial: como ele se tornou aquilo que é?
Uma velha idéia -o romance de formação-,
adaptada a uma trama veloz para consumo de massa e oferecida dentro do
modelo seriado do folhetim -cada livro traz uma
aventura e ao mesmo tempo serve de retrato de uma
fase do crescimento.
Na primeira parte de
"Missão Silverfin", a obsessão pela fórmula Potter
impede que o leitor seja
capturado de imediato. É a
partir da segunda parte
que a aventura ganha corpo, quando resolve investigar o desaparecimento
de um garoto de sua idade.
É aí que se mostram as
primeiras provas da mistura de habilidades que
um dia transformarão
Bond em 007. Por enquanto, ele é apenas um bom
garoto, órfão e com um tio
ex-espião à beira da morte.
Longe da escola formal, é
nessa escola de aventuras
que James põe, pela primeira vez, seu pé na lenda.
MISSÃO SILVERFIN
Autor: Charlie Higson
Editora: Record
Quanto: R$ 49,90 (400 págs.)
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