São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

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Crítica

John Ford faz sentido de dever parecer tragédia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

John Ford teria sido um soldado exemplar -foi, por sinal, um intrépido cinegrafista do Exército, durante a Segunda Guerra-, pois em seus filmes o sentido do dever sempre está presente.
Ele está mais ainda nos poucos filmes que produziu, como "Rio Grande" (TC Cult, 15h10). Diga-se ainda, os filmes que produziu tendem a ser mais tristes e mais secos que a média de sua obra. Em "Rio Grande", esse sentido de dever parece tragédia de Corneille: ele deve mandar o próprio filho para a guerra contra os índios; precisa tomar decisões cruciais, que o levarão a pôr a própria honra em sério risco; precisa, no meio disso tudo, reconquistar o amor da mulher de quem o dever o afastou.
O crítico Sérgio Augusto costuma dizer que Ford é o Homero do Oeste. Sem prejuízo da comparação, Ford é também, e por excelência, o Corneille do século 20: aquele que "pinta os homens tal como deviam ser", pois seus heróis são, como o coronel Kirby, humanos, mas também sobre-humanos.


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