São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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CONEXÃO POP

De Sinatra a Sam Sparro

Cantor australiano une pop, funk e dance music e cria faixas emotivas como o hit "Black and Gold"

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

É FÁCIL gostar do Sam Sparro. Mas pegar birra do Sam Sparro é quase tão fácil quanto.
É fácil gostar do Sam Sparro porque ele faz coisas como "Black and Gold", um "electro-pop existencial", em uma definição em que eu esbarrei por aí. E é fácil pegar birra do Sam Sparro porque ele faz coisas como "21st Century Life", em que comete um soul diluído num pop insípido que lembra Jamiroquai.
Antes de falar de "Sam Sparro", o disco lançado em abril que arrancou elogios, é bom apresentar a curiosa história do Sam Sparro.
Ele nasceu na Austrália, em 1982, como Sam Falson. Seu avô tocou trompete para Frank Sinatra e Sammy Davis Jr. O pai foi cantor gospel e, nas turnês americanas, levava Sam como backing vocal.
Mudou-se para Los Angeles com dez anos. Aos 16, voltou a Sydney, na Austrália. Aos 20, juntou dinheiro e foi morar em Londres, onde começou a fazer música durante o dia e a freqüentar clubes durante a noite.
Ter um avô que tocou com Sinatra e um pai que cantava gospel rendeu frutos. No final dos anos 90, Chaka Khan, por exemplo, ouviu Sam Sparro cantar numa festa de família e soltou: "Caramba, esse garoto branco sabe cantar". "Ela era amiga da minha família. Ouvir aquilo da boca dela foi encorajador", Sparro contou a esta coluna, por telefone.
"Ter músicos na família fez com que fosse mais fácil, ou mais aceitável, para mim ser um músico. As gerações de músicos na minha família são muito diferentes, tinham gostos e influências diferentes."

 

Não ficaria fora de lugar afirmar que a música de Sam Sparro reúne a eletrônica pop do Hot Chip e do Scissor Sisters com as influências retrôs de soul e funk do Mark Ronson.
Este último foi dos principais incentivadores do cantor -Sparro foi um dos convidados de Ronson durante sua apresentação no último Coachella Festival, na Califórnia. Tirando uma ou outra faixa em que sua inclinação funk à James Brown soa tão... apropriada quanto o lançamento de mais um edifício neoclássico em São Paulo, Sam Sparro quer mesmo é fazer dançar.
"Gosto de música que tenha um bom beat. Tenho ouvido muita dance music nos últimos anos. E quando componho penso também em como as músicas serão transformadas nos shows. O público da dance music é muito mais divertido."
 

Emotiva, melódica, com letra que fala sobre "estrelas que caíram do céu", "Black and Gold" destoa do restante de "Sam Sparro". Gay assumido, ele lembra Prince, principalmente, em faixas como "Sally", "Hot Mess" e "Too Many Questions".
O disco já saiu no exterior. A universal deve lançá-lo em breve no Brasil. Mais do Sam Sparro em www.myspace.com/samsparro.
 

Uma das paixões do Sam Sparro são seus gatos. Ele tem dois: o American Idol e a Hellen Keller.
 

Dono de um dos melhores discos do ano, o Mystery Jets tem seu pop-psicodélico transformado em dance music por meio de remixes. Vá atrás da versão de Duke Dumont para "Two Doors Down".

thiago@folhasp.com.br

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