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O que será?
Estilistas desta edição da SPFW apontam quais serão os maiores desafios da moda brasileira para os próximos 15 anos
VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA
Começa hoje a 31ª edição
da São Paulo Fashion Week.
A temporada do verão 2012,
cujo tema é "Futuros", inicia
a segunda metade do plano
de 30 anos idealizado pelo
empresário Paulo Borges para a moda brasileira.
"Consolidamos um calendário de lançamentos. Conseguimos que a moda fosse
reconhecida oficialmente como cultura pelo governo federal. Lançamos grandes talentos. Agora, o foco serão os
negócios", afirma Borges,
criador e diretor do evento.
Neste ano, Borges abriu
um canal direto com a presidente Dilma Rousseff. Ambos, em conjunto com um
grupo de ministérios e associações do setor têxtil, estudam medidas de incentivo à
indústria e de redução de impostos para baixar preços.
"Temos que envolver os
grandes grupos de investimento, os ateliês e as cadeias
de lojas. Precisamos de medidas que potencializem os benefícios da sinergia entre diferentes negócios", analisa.
MÃO NA MASSA
Para os estilistas da SPFW,
a falta de mão de obra qualificada é um dos grandes obstáculos do setor. "De um lado,
todos querem ser estilistas, e
não há espaço para tanta
gente. De outro, temos a péssima qualificação nas áreas
de costura e modelagem",
explica o estilista Alexandre
Herchcovitch.
"A engenharia têxtil tem
de evoluir no Brasil. Para sermos mais competitivos, precisamos de melhores tecidos
nacionais, de tecnologia",
declara Reinaldo Lourenço.
Veterano da SPFW, Lino
Villaventura defende avanços na educação técnica, em
contraponto ao excesso de
cursos de estilo. "Precisamos
de gente que saiba produzir
itens de alta qualidade e, para isso, necessitamos de uma
revolução nos cursos técnicos do Brasil", afirma.
Para Lorenzo Merlino, ex-SPFW, é difícil que esses
avanços ocorram a tempo de
tornar o design nacional
mais competitivo. "Não estamos ao pés da China, que
vende produtos feitos com
material sofisticado a preços
irrisórios. Não teremos fábricas assim tão cedo."
Clô Orozco, da Huis Clos,
acredita que uma das soluções para o mercado brasileiro não está nos grupos de investimento nem no luxo clássico, mas no "remix" entre
design e produção em massa
dos grandes magazines populares. "A parceria entre
grandes estilistas e essas gigantes da produção [como
C&A e Riachuelo ] traz a
chance de massificar a moda
com conteúdo", aposta.
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