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Além das praças marcadas por esculturas brasileiras de artistas contemporâneos, o Bairro Amarelo tem azulejos produzidos na Alemanha com seis estampas exclusivas, criadas por índias Kadiwéu, da aldeia Bodoquena, no Mato Grosso do Sul.
"Começamos a pesquisar estampas já feitas pelos Kadiwéu, que são conhecidos como os primeiros artistas gráficos brasileiros, mas depois optamos por fazer um concurso, para ter desenhos novos", diz Francisco Fanucci.
"Mandamos para a aldeia de Bodoquena um lote de papel cortado no tamanho já estabelecido, as instruções sobre as cores e canetas hidrográficas.
"Noventa e três índias, de 15 a 92 anos de idade, realizaram três propostas cada uma", conta Fanucci. "O difícil foi escolher. Tivemos pouco tempo, por exigência dos advogados dos índios, e havia dezenas de desenhos de muita qualidade", diz Marcelo Ferraz.
"O primeiro corte teve como critério tirar tudo o que tinha mais de quatro cores, que era a limitação técnica", diz Ferraz.
"O resultado nos agradou muito. No produto final foram preservados os traços vazados das canetas hidrocor, o gesto da pintura."
Pelo trabalho, a aldeia recebeu 20 mil marcos alemães e mais passagens e estadias de dez dias para seis índias. Elas estarão presentes na inauguração do projeto, no próximo dia 19.
(MG)



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