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Festival começa com proposta radical
Com foco em produções não convencionais, 10º FIT, em Rio Preto, constitui "barril de pólvora", diz curador
Com 33 peças nacionais e seis cias. estrangeiras, entre elas a de Richard Maxwell, festival começa nesta quinta
DE SÃO PAULO
Em uma época na qual os
festivais de teatro nacionais
não costumam arriscar nas
programações e buscam
mais reunir sucessos do que
experimentar linguagens e
antecipar vanguardas, a 10ª
edição do FIT é, no mínimo,
singular.
Com um manifesto radical, no qual se critica "a cultura de massas" e os "discursos hegemônicos", o festival,
que se consolidou como um
dos mais importantes do
país, começa nesta quinta-feira, dia 15, e apresenta, durante dez dias, 33 peças nacionais e seis estrangeiras.
Segundo o dramaturgo
Roberto Alvim, um dos novos
curadores do evento, a programação se pautou pela escolha de diretores e grupos
que vem construindo estéticas teatrais originais e singulares, recusando estratégias
convencionais de criação.
Com carta branca da organização do FIT (realizado pela prefeitura de Rio Preto e
pelo Sesc-SP) para bancar a
proposta curatorial arriscada, Alvim diz não temer resposta negativa do público.
"A plateia deve ir desarmada, sem uma ideia preconcebida do que vai ver",
diz. "E a experiência humana
não tem graça sem que a gente esteja aberto para dialogar
com o desconhecido".
Nesse sentido, a tentativa
do festival é também de
apontar caminhos para a
produção teatral no futuro.
Se destaca, aí, a presença do
americano Richard Maxwell
(com a New York City Players), considerado um dos
mais radicais e inventivos
dramaturgos da atualidade.
Por fim, o panorama traçado por Alvim deixa no ar a expectativa de como repercutirá o novo projeto do FIT.
"Muitas dessas peças tiveram pouca reverberação e foram pouco compreendidas
quando em cartaz. Reuni-las
juntas no festival talvez constitua uma espécie de barril de
pólvora, no sentido intelectual e estético, cuja explosão
nos só vamos ver lá."
(MGF)
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