São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2010

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CRÍTICA ERUDITO

Orquestras mineira e carioca "duelam" em Campos do Jordão

JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS DO JORDÃO

A Orquestra Sinfônica Brasileira, criada no Rio em 1940, tocou na última sexta-feira. No sábado, foi a vez da Filarmônica de Minas Gerais, criada em 2008.
O 41º Festival de Campos do Jordão permitiu comparar as duas e indicar qual ocuparia o segundo lugar no pódio da qualidade musical, encabeçado pela Osesp.
À primeira vista ganhou a orquestra mineira, que, regida por Fábio Mechetti e trazendo como solista Nelson Freire, interpretou trechos de "Romeu e Julieta", de Prokofiev (1891-1953), e o "Concerto para Piano nº 2", de Brahms (1833-1897). Mas a orquestra carioca, regida por Roberto Minczuk, exerceu sua técnica e talento em obra de dimensão atípica, a "Sinfonia nº 3", de Mahler (1860-1911). O número de músicos precisou aumentar (15 primeiros violinos, em vez de dez como é de costume).
Dos seis movimentos da sinfonia de Mahler, o primeiro é o mais complexo. Pequenos desencontros aconteceram nos naipes das madeiras dos segundos violinos. De resto, uma orquestra magnífica e a atuação impecável da soprano Natascha Petrinsky. Mas vejamos a Filarmônica de Minas, de início considerada tecnicamente perfeita, mas menos capaz de transmitir grandes sentimentos. Seu Prokofiev foi impecável, demonstrando ótima qualidade nas cordas.
O problema do maestro Mechetti foi com o solista convidado. Nelson Freire pouco olhou para a batuta do regente e seguiu andamentos que lhe pareciam os mais apropriados.
No segundo movimento, o pianista por duas vezes se apressou. E no quarto movimento, um allegretto grazioso, Mechetti suou para não ficar para trás.

O jornalista JOÃO BATISTA NATALI viajou a convite da produção do Festival de Campos do Jordão.


ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA E FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

AVALIAÇÃO ótimo



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