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CRÍTICA ERUDITO
Orquestras mineira e carioca "duelam" em Campos do Jordão
JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS DO JORDÃO
A Orquestra Sinfônica Brasileira, criada no Rio em
1940, tocou na última sexta-feira. No sábado, foi a vez da
Filarmônica de Minas Gerais,
criada em 2008.
O 41º Festival de Campos
do Jordão permitiu comparar
as duas e indicar qual ocuparia o segundo lugar no pódio
da qualidade musical, encabeçado pela Osesp.
À primeira vista ganhou a
orquestra mineira, que, regida por Fábio Mechetti e trazendo como solista Nelson
Freire, interpretou trechos de
"Romeu e Julieta", de Prokofiev (1891-1953), e o "Concerto para Piano nº 2", de
Brahms (1833-1897).
Mas a orquestra carioca,
regida por Roberto Minczuk,
exerceu sua técnica e talento
em obra de dimensão atípica,
a "Sinfonia nº 3", de Mahler
(1860-1911). O número de
músicos precisou aumentar
(15 primeiros violinos, em vez
de dez como é de costume).
Dos seis movimentos da
sinfonia de Mahler, o primeiro é o mais complexo. Pequenos desencontros aconteceram nos naipes das madeiras
dos segundos violinos. De
resto, uma orquestra magnífica e a atuação impecável da
soprano Natascha Petrinsky.
Mas vejamos a Filarmônica de Minas, de início considerada tecnicamente perfeita, mas menos capaz de
transmitir grandes sentimentos. Seu Prokofiev foi impecável, demonstrando ótima
qualidade nas cordas.
O problema do maestro
Mechetti foi com o solista
convidado. Nelson Freire
pouco olhou para a batuta do
regente e seguiu andamentos que lhe pareciam os mais
apropriados.
No segundo movimento, o
pianista por duas vezes se
apressou. E no quarto movimento, um allegretto grazioso, Mechetti suou para não ficar para trás.
O jornalista JOÃO BATISTA NATALI viajou
a convite da produção do Festival de
Campos do Jordão.
ORQUESTRA SINFÔNICA
BRASILEIRA E FILARMÔNICA
DE MINAS GERAIS
AVALIAÇÃO ótimo
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