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Abertura tem "inédita" de Shakespeare
do enviado a Avignon
A 53ª edição do Festival de
Avignon teve uma postura ousada. Apresentou, na sua abertura,
uma peça de William Shakespeare inédita na França.
"Henry 5", a tal peça, dirigida
por Jean-Louis Benoît, não é nada
agradável para os franceses.
Henrique 5º, o rei-título inglês, é
corajoso e decidido. O francês é
fraco, acompanhado por bufões,
interesseiros e covardes.
"Nada de novo sobre a guerra
na epopéia de Shakespeare", foi o
título do jornal "Le Monde";
""Henry 5 tenta uma passagem
em farsa", "trocadilhou" o "Libération", que chamou o texto de
"uma das peças menos palpitantes de Shakespeare".
Até agora, os franceses só conheciam as versões cinematográficas de Laurence Olivier (1944),
financiada pelo governo britânico, para instigar os ingleses contra
os alemães, e de Kenneth Branagh, de 1995.
Henrique 5º, filho de Henrique
4º, busca na sua árvore genealógica a justificativa para reivindicar o
trono francês. A partir daí, pressiona o rei da França a abdicar em
seu favor.
Decide-se por um invasão, apesar de contar com um exército inferior. Vence e força seu casamento com a filha do rei francês.
É uma derrota humilhante para
os franceses.
Em dado momento, Henrique
5º afirma que, "se não for o rei da
França, não será mais o rei da Inglaterra".
Um dos pontos altos da peça é a
invasão da França pelos ingleses.
O rei Henrique 5º, interpretado
por Philippe Torreton, após se
questionar se devia ou não invadir a França, opta pela guerra.
Acompanhado de seus generais, marcha sobre o continente,
representado por pequenas montanhas ao fundo do cenário. Ao
chegarem à área, erguem um tapete e o levam, em partes, para o
interior do Palácio dos Papas, rapidamente.
Sob o verde do campo francês,
surgem os cadáveres.
A tradução é nova, de Jean-Michel Déprats, que organiza uma
nova versão das obras completas
de Shakespeare na França. A peça
continua em cartaz em Avignon
até o dia 17.
(HCS)
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