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Bebida alimenta arte contemporânea
da Reportagem Local
Isso é que é! Desde os anos 60, a
imagem da Coca-Cola tem sido
utilizada na arte contemporânea
para os mais variados fins.
Andy Warhol defendeu o refrigerante em telas ("210 Garrafas de
Coca-Cola") e também em seu
discurso liberal, ao elegê-lo como
símbolo da democracia do consumo: "O presidente bebe Coca, Liz
Taylor bebe Coca e você também
bebe Coca. Uma Coca é uma Coca
e nenhuma quantidade de dinheiro pode lhe conseguir uma Coca
melhor do que aquela que o cara
na esquina está bebendo", disse.
Mais engajados politicamente,
os latino-americanos trataram a
Coca sem dó. Em 1973, o uruguaio Luis Camnitzer quebrou
uma garrafa do refrigerante e engarrafou-a em outra garrafa de
Coca, transformando assim a escura bebida em algo intragável.
Com as mesmas letras brancas
sobre fundo vermelho do logotipo da Coca-Cola, o colombiano
Antonio Caro criou um jogo de
palavras que faz relações entre a
marca, o nome de seu país (Colômbia) e um de seus principais
produtos (cocaína).
Artistas brasileiros, como Cildo
Meireles, Antonio Manuel e Nelson Leirner, também trabalharam com a Coca, sendo que os
dois primeiros utilizaram a imagem do refrigerante como arma
de contestação política.
Em 1975, Antonio Manuel criou
"Isso É Que É", instalação em que
colocou garrafas vazias sobre todo o chão da galeria e urinou em
uma delas. Em suas "Inserções
em Circuitos Ideológicos", Cildo
Meireles imprimiu a frase "Yankees go home" nas garrafas de
Coca e devolveu-as à circulação
como manifesto contra o imperialismo do consumo.
A MPB também tem sido bom
terreno para a bebida, já citada
por Caetano ("Alegria, Alegria),
Luiz Gonzaga ("Siri Jogando Bola"), Legião Urbana ("Geração
Coca-Cola"), Lulu Santos ("O Último Romântico") e grupo Maria
Bacana ("Repeat, Please").
(CF)
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