São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2001

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Abreu é descortês em cerimônia

DA ENVIADA A GRAMADO

Gramado quer ser sinônimo de glamour, mas dificilmente poderia ter tido mestre-de-cerimônias mais descortês e deselegante que o ator José de Abreu.
Que ele tenha dito "dá para aumentar a luz" quando os atores negros Milton Gonçalves e Thaís Araújo se encontravam no palco de encerramento do Festival de Gramado -ele recebendo o prêmio de melhor ator coadjuvante em nome de Juca de Oliveira, ela, entregando-o- é chocante, mas não surpreendente.
Tornou-se corolário de uma "atuação" eivada de defeitos técnicos e incorreções de pior calibre. Abreu grita ao microfone, atropela as palavras e erra a pronúncia de nomes, quando não trata por "A Canja" o curta 35 mm "A Canga", vencedor de diversos Kikitos de sua categoria.
É certo que não foi o único a denotar sua canastrice. Mas a dos outros, ao menos, tem o perdão de sua natureza patente de gafe. A atriz Christine Fernandes saiu-se com um "o vencedor de melhor Kikito vai para...", e Nívea Stelmann errou a sílaba tônica de "Palíndromo", chamando-o de palindromo.
Marcus Villar, premiado pela realização do curta "A Canga", citava a estirpe de realizadores de sua terra, quando se confundiu: "O cinema paraibano tem uma tradição muito grande, com Linduarte Noronha, Vladimir Carvalho, Ipojuca Pon.... ehhh, Ipojuca Pontes não".
Tony Ramos, premiado como melhor ator, insistiu em seu papel mais típico, o de "bom moço", exaltando os iniciantes: "É bonito ver a nossa caminhada, ver essa moçada que está começando"; minimizando a competição: "Eu não acredito em competição. Eu acredito em congraçamento. "Jouer", "to play", jogar o jogo do público, que é quem eu cortejo"; e reafirmando o casamento -"Me chamem de piegas se quiserem. Não vou chorar. Mas eu divido esse prêmio com uma companheira de 35 anos. É teu, Lidiane".
(SA)



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