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Abreu é descortês em cerimônia
DA ENVIADA A GRAMADO
Gramado quer ser sinônimo de
glamour, mas dificilmente poderia ter tido mestre-de-cerimônias
mais descortês e deselegante que
o ator José de Abreu.
Que ele tenha dito "dá para aumentar a luz" quando os atores
negros Milton Gonçalves e Thaís
Araújo se encontravam no palco
de encerramento do Festival de
Gramado -ele recebendo o prêmio de melhor ator coadjuvante
em nome de Juca de Oliveira, ela,
entregando-o- é chocante, mas
não surpreendente.
Tornou-se corolário de uma
"atuação" eivada de defeitos técnicos e incorreções de pior calibre. Abreu grita ao microfone,
atropela as palavras e erra a pronúncia de nomes, quando não
trata por "A Canja" o curta 35 mm
"A Canga", vencedor de diversos
Kikitos de sua categoria.
É certo que não foi o único a denotar sua canastrice. Mas a dos
outros, ao menos, tem o perdão
de sua natureza patente de gafe. A
atriz Christine Fernandes saiu-se
com um "o vencedor de melhor
Kikito vai para...", e Nívea Stelmann errou a sílaba tônica de
"Palíndromo", chamando-o de
palindromo.
Marcus Villar, premiado pela
realização do curta "A Canga", citava a estirpe de realizadores de
sua terra, quando se confundiu:
"O cinema paraibano tem uma
tradição muito grande, com Linduarte Noronha, Vladimir Carvalho, Ipojuca Pon.... ehhh, Ipojuca
Pontes não".
Tony Ramos, premiado como
melhor ator, insistiu em seu papel
mais típico, o de "bom moço",
exaltando os iniciantes: "É bonito
ver a nossa caminhada, ver essa
moçada que está começando";
minimizando a competição: "Eu
não acredito em competição. Eu
acredito em congraçamento.
"Jouer", "to play", jogar o jogo do
público, que é quem eu cortejo"; e
reafirmando o casamento -"Me
chamem de piegas se quiserem.
Não vou chorar. Mas eu divido esse prêmio com uma companheira
de 35 anos. É teu, Lidiane".
(SA)
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