São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2004

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COMENTÁRIO

Tudo nasce da paixão pela música em si

GUILHERME WERNECK
EDITOR-ADJUNTO DA ILUSTRADA

Um elemento fundamental para a criação do gênero que iria embalar as festas dos guetos de Nova York e que, mais tarde, se tornaria a maior expressão da música comercial americana, era a paixão pela música em si. Afinal, para querer transformar o toca-discos em uma banda, é preciso ter muitos discos e ouvi-los com paixão. E, se a base eram os discos de música negra (jazz, soul, funk, r&b), também entravam na mistura rock, dub e eletrônica.
Com o tempo, há um movimento duplo de popularização e diluição do hip hop, que se dá em dois níveis. Num primeiro plano, com a relativa homogeneização da música e de sua temática, principalmente quando o hip hop toma as paradas com letras marginais e produção cinematográfica. Num segundo, ao se infiltrar em todas as esferas da música pop, transformando tudo, da eletrônica ao rock.
É natural que, para romper com essa massificação, uma geração criada com hip hop desde o berço roube de volta seu espírito desbravador e incorpore novas temáticas líricas e tendências musicais arrojadas, valorizando o que há de melhor na cultura hip hop, que é criar uma música urgente a partir da paixão pela música de todos os tempos, o que inclui a vanguarda e o presente.


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