São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Nas lojas

Faroeste
Butch Cassidy    
GEORGE ROY HILL
Distribuidora:
Fox; Quanto: R$ 35
"Butch Cassidy" deve ser compreendido em seu momento: um faroeste em que não se elogia o estabelecimento da lei nem a conquista territorial, mas os bandidos (Cassidy e Sundance Kid), vistos desde as primeiras seqüências como rebeldes desafiando a ordem. Esse era um grande mote para o começo dos anos 70, em particular num faroeste. A escolha dos protagonistas, Paul Newman e Robert Redford, é perfeita: ambos têm carisma e encarnam o espírito de independência. No entanto, Hill os trata como heróis exemplares, embora com sinais trocados: isso serve para criar empatia, mas não ajuda seu envelhecimento, pois o tempo expõe o conformismo narrativo sob o inconformismo temático. A edição dupla traz comentários do diretor, do fotógrafo, do roteirista etc. Mas sem legendas. (IA)

Drama
Dias Melhores Virão   
CACÁ DIEGUES
Distribuidora:
Paramount; Quanto: R$ 30 em média
O ano era 1989, o modelo Embrafilme agonizava, o Brasil estava prestes a cair nas mãos de Fernando Collor. Talvez por conta disso, Cacá Diegues fez da história de uma dubladora brasileira (Marília Pêra) que sonha em ser atriz nos EUA um melodrama tingido de humor amargo, em vez de partir para uma sátira rasgada da submissão brasileira à cultura industrial americana. O argumento é interessante, o elenco (que tem ainda Paulo José e Zezé Motta) é de primeira, algumas cenas são inspiradas, mas o tom geral é de desânimo, o que tem a ver com o espírito do tempo e com o estilo um tanto travado e teatral que marca mesmo os melhores filmes de Diegues. A edição ainda não possui nenhum extra.
(JOSÉ GERALDO COUTO)

Suspense
Fora de Rumo   
MIKAEL HAFSTRÖM
Distribuidora:
Buena Vista; Quanto: R$ 45, em média
Baseado em um best-seller americano, "Fora de Rumo" é um suspense que jogou grande parte de suas fichas no carismático elenco -Clive Owen, Jennifer Aniston e Vincent Cassel são o núcleo central. A escolha mais acertada recaiu sobre Owen ("Closer"), que, como usual, consegue construir com interesse seu personagem. Ele é um publicitário que, por acaso (?), conhece em um vagão de trem Lucinda (Aniston), uma sedutora corretora financeira. Obviamente, se envolvem e, após uma desastrada noite em um hotel barato, começam a ser chantageados por um bandido, LaRoche (Cassel). O livro tem diálogos mais envolventes e ambíguos, e isso só se encontra no filme em poucos momentos. O sueco Hafström ainda se prende a cacoetes do cinema publicitário. (MARIO GIOIA)

Série de TV
NCIS - 1ª Temporada   
DONALD P. BELLISARIO E DON MCGILL (CRIADORES)
Distribuidora:
Paramount; Quanto: R$ 130
Mais uma série que explora o sucesso de "CSI". A sigla aqui quer dizer, em inglês, Serviço de Investigação Criminal Naval, ou seja, representa uma agência de inteligência que xereta crimes praticados com ou por integrantes da Marinha americana. A equipe consiste de um chefe turrão, uma iniciante que era do FBI, um cafajeste piadista, uma hacker gótica e um velho falastrão na autópsia. O pior é que o charme de "CSI" se perde tanto na atuação do protagonista -Mark Harmon não se compara a William Petersen- quanto na "intuição" dos investigadores, que preferem seus palpites às pistas deixadas. Ainda assim, retrata a paranóia pós-11 de Setembro. (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)


Drama
O Corcunda de Notre Dame   
JEAN DELANNOY
Distribuidora:
Classicline; Quanto: R$ 35
Lançada em 1956, a quinta versão para cinema do romance do francês Victor Hugo (1802-1885) traz Anthony Quinn (1915-2001), em esforço de postura e maquiagem, como Quasímodo, o deformado tocador de sinos da catedral parisiense, em 1482, quando a pobreza marcava a cidade. Ele e todos por ali, da nobreza à ralé (e passando inclusive pelo clero), são de alguma forma perturbados pela cigana Esmeralda (Gina Lollobrigida). A sensualidade da atriz italiana, quase sempre vestida de vermelho, é acentuada pelo diretor francês Jean Delannoy ("Sinfonia Pastoral"). Mas os personagens masculinos são mal desenhados, a encenação é teatral e o caráter trágico da história se perde na transposição. (SÉRGIO RIZZO)


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