São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007

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Crítica

"Brasília 18%" não se rende a moralismos

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É verdade que "Brasília 18%" (Canal Brasil, 22h) não tem aquele otimismo, não traz as promessas que "Rio 40 Graus" trazia.
Num, Nelson Pereira dos Santos estava estreando e abria caminho para a renovação completa do cinema brasileiro, num canto de amor ao Rio de Janeiro. "Brasília" refere-se, por um lado, a uma cidade um tanto complicada no imaginário nacional, a começar por ter tirado do Rio o título de capital federal.
Os 18% a que diz respeito o título nos falam da secura do ar na nova capital. Mas sugerem outras coisas (porcentagem de propina, por exemplo), é evidente. E é em torno da imensa corrupção brasileira, de que Brasília é uma espécie de ente metonímico, que o filme se move.
Seu defeito é observar os usos e costumes da República sem fabricar caricaturas, sem a carga de moralismo que, talvez, o espectador brasileiro apreciasse. Filmes que não aceitam simplificações têm dificuldade para emplacar.


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