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"Fitas cassete e ondas curtas eram instrumentos de subversão"
DE SÃO PAULO
Está certo que "Another
Brick in the Wall" é um dos
clássicos das canções de protesto. Mas por que o Blurred
Vision escolheu essa, e não
outra, em meio a um gênero
tão fértil?
"Bem, ela tem uma história profunda no Irã de 30
anos atrás. "The Wall" apareceu no mesmo ano em que se
deu a Revolução Islâmica, e
aquela canção se tornou uma
antena para os jovens. Faz todo o sentido que tenha passado pelo teste do tempo para, ainda hoje, representar a
luta contra o autoritarismo."
E qual era o papel da tecnologia à época? "Muitos dos
protestos eram feitos por
meio de transmissões de rádio em ondas curtas ou ainda
por meio de fitas cassetes",
cujo potencial subversivo era
mais difícil de detectar à primeira vista, explica Sepp.
E hoje? "Nossa esperança
é que as pessoas mudem
seus métodos para lutar contra esse tipo de brutalidade e
que armas e bombas deem
lugar a iPhones e câmeras".
Mas transformar o personagem do professor em aiatolá -ambos como símbolo
de opressão- não é ideologicamente perigoso?
"Quando Waters canta
"Hey, teacher", isso se torna
uma metáfora para nós, porque mulás e aiatolás também
são professores. O que queremos dizer é que aqueles que
estão acima de nós, que determinam o jeito como temos
que viver, são nossos "professores"."
(MFP)
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