São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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Para cineasta, gesto de Lula por Sakineh é nobre, mas ingênuo

DE SÃO PAULO

O iraniano Babak Payami já é conhecido dos cinéfilos brasileiros. Seu "O Voto É Secreto" foi eleito, em 2001, o melhor filme pela crítica da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E "O Silêncio entre Dois Pensamentos" foi exibido no Festival do Rio de 2004.
Em ambos, a situação da mulher é tema central, assim como em "Hey, Ayatollah, Leave Those Kids Alone!".
"As mulheres estão sofrendo mais sob as botas do regime islâmico no Irã, que persegue, tortura e executa seres humanos por aquilo em que acreditam e -o que é ainda mais trágico- por aquilo em que não acreditam."
As impressionantes cenas de violência nas ruas são autênticas? "Foram extraídas da internet, então não posso assegurar sua autenticidade. Mas o vídeo não é tanto sobre a realidade da situação no Irã em um dado momento da história, mas sobre a realidade que o povo iraniano está enfrentando. É pensado para retratar uma situação em que um simples iPhone transporta essa realidade a todo o mundo e nos desafia a reagir como seres humanos."
O que pensa da oferta do presidente Lula de receber Sakineh no Brasil? "Esse gesto simbólico do representante do povo brasileiro é muito nobre, mas ingênuo, pois ocorre contra o pano de fundo em que há apertos de mão com perpetradores de tais atrocidades." (MFP)


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