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Para cineasta, gesto de Lula por Sakineh é nobre, mas ingênuo
DE SÃO PAULO
O iraniano Babak Payami
já é conhecido dos cinéfilos
brasileiros. Seu "O Voto É Secreto" foi eleito, em 2001, o
melhor filme pela crítica da
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E "O Silêncio entre Dois Pensamentos" foi exibido no Festival
do Rio de 2004.
Em ambos, a situação da
mulher é tema central, assim
como em "Hey, Ayatollah,
Leave Those Kids Alone!".
"As mulheres estão sofrendo mais sob as botas do regime islâmico no Irã, que persegue, tortura e executa seres
humanos por aquilo em que
acreditam e -o que é ainda
mais trágico- por aquilo em
que não acreditam."
As impressionantes cenas
de violência nas ruas são autênticas? "Foram extraídas
da internet, então não posso
assegurar sua autenticidade.
Mas o vídeo não é tanto sobre
a realidade da situação no Irã
em um dado momento da
história, mas sobre a realidade que o povo iraniano está
enfrentando. É pensado para
retratar uma situação em que
um simples iPhone transporta essa realidade a todo o
mundo e nos desafia a reagir
como seres humanos."
O que pensa da oferta do
presidente Lula de receber
Sakineh no Brasil? "Esse gesto simbólico do representante do povo brasileiro é muito
nobre, mas ingênuo, pois
ocorre contra o pano de fundo em que há apertos de mão
com perpetradores de tais
atrocidades."
(MFP)
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