São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

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Coletânea de Stevenson tem conto célebre

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As últimas palavras de Robert Louis Stevenson (1850-1894) remontam ao seu personagem mais sinistro e famoso, Hyde: "Você acha que o meu rosto está estranho?".
Stevenson morreu horas depois, aparentemente vitimado por uma hemorragia cerebral. Tinha 44 anos.
Ele nasceu na capital da Escócia, Edimburgo, filho de um construtor de faróis. Era de fato considerado "estranho": muito magro, por conta da saúde precária, e cabeludo, gostava de usar roupas extravagantes e viajar para lugares exóticos.
Como aponta o russo Vladimir Nabokov em suas notas de leitura publicadas no final desta edição de "O Clube do Suicídio", Stevenson escreveu a história de Jekyll e Hyde "na cama em 1885, no canal da Mancha, entre uma e outra hemoptise".
Para o crítico Davi Arrigucci Jr., "Stevenson é um abridor de caminhos e um mestre em cuja companhia se viaja melhor". Responsável pela seleção das narrativas e uma luminosa apresentação, Arrigucci diz que procurou "mostrar não apenas os valores plásticos da prosa do escritor mas também o enlace profundo e coeso que prendem seus temas -o motivo do duplo e as perplexidades da divisão do ser e da alteridade".
Outro presente nessa edição é o escritor Henry James, amigo de Stevenson.
Num curioso ensaio, James elogia seu talento de estilista ao dizer que ele "descreve a credulidade com todos os recursos da experiência, e representa um estágio bruto com uma perfeição infinita".
Também grande admirador do escocês, Jorge Luis Borges, como citado por Arrigucci, dizia que "a leitura de Stevenson é uma das formas da felicidade".

CINEMA
"O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde" é o conto mais conhecido do livro e, simplificado como "O Médico e o Monstro", ficou no inconsciente coletivo, ainda mais depois das adaptações para o cinema, a TV e HQs.
Na tela grande há várias versões bastante conhecidas, cada qual adotando um partido diferente, o que mostra a universalidade da novela.
Há desde um filme mudo estrelado por John Barrymore em 1920 à impagável sátira de Jerry Lewis em "Professor Aloprado", de 1963. Como se vê, Stevenson é mesmo imortal.
(DB)


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