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Músico norte-americano, que sofria de diabetes, usava folk e rock para retratar vida de operários
Johnny Cash morre aos 71
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Morreu ontem, aos 71, o cantor
Johnny Cash. O músico estava internado em um hospital de Nashville (EUA) e deixa cinco filhos.
Considerado um dos principais
expoentes da música americana,
Cash sofria de diabetes e de problemas no sistema nervoso.
Segundo o seu empresário, Lou
Robin, o estado de saúde do artista teria se agravado após a morte
de sua mulher, a cantora June
Carter, há quatro meses.
A carreira de Cash começou em
meados dos anos 50 com o lançamento de seu primeiro álbum pela Sun Records. Críticos atribuem
a ele a criação de um estilo que
une elementos de folk e rock pontuados por letras de protesto que
descreviam a vida de trabalhadores, prisioneiros, operários e índios americanos.
O cantor gravou mais de 1.500
músicas -entre os sucessos estão
"Folsom Prison Blues" e "Ring of
Fire". Sua infância pobre em Arkansas, marcada pela Depressão,
era uma inspiração constante.
A obra de Cash não se restringiu
ao country. Elvis Presley, Jerry
Lee Lewis e Carl Perkins, contemporâneos do cantor nos anos 50,
foram influenciados por ele. "Era
mais que um gigante na música,
um ícone da cultura. Era mais do
que qualquer pessoa possa descrever", disse Ed Benson, presidente da Associação de Música
Country dos EUA.
A importância desse legado foi
reconhecida com a eleição do
cantor para o Rock and Roll Hall
of Fame, em 1992, 12 anos após a
sua inclusão no Country Music
Hall of Fame. Ao longo da carreira, o músico ganhou dez
Grammys, incluindo um pelo
conjunto da obra, em 1999. O último, de melhor cantor de música
country, foi recebido em 2000.
A carreira de Cash deu um salto
em 94, quando assinou com a
American Records. Na última
edição do MTV Music Awards,
em agosto, Cash levou um prêmio
pelo videoclipe "Hurt".
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