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Coleção exibe tesouros do D'Orsay
Obras-primas de Monet, Matisse e Courbet, entre outros, estão em museu de Paris sediado em antiga estação de trem
Volume chega às bancas no próximo domingo; instituição é dedicada ao impressionismo e foi inaugurada por François Mitterrand em 1986
DA REPORTAGEM LOCAL
Um acervo representativo de
um dos períodos mais importantes da arte europeia, abrigado em um dos prédios mais impressionantes de Paris. O Museu d'Orsay é o foco do volume
7 da Coleção Folha Grandes
Museus do Mundo, que chega
às bancas no próximo domingo.
O Museu d'Orsay é uma instituição relativamente recente,
inaugurada pelo então presidente François Mitterrand
(1916-1996), em 1986.
O ato garantiu a preservação
do edifício da Gare d'Orsay,
que, na década de 1970,
estivera ameaçado de demolição: pensava-se em botar abaixo a encantadora estação ferroviária inaugurada em 1900, por
ocasião da Exposição Universal, para substituí-la por um arranha-céu.
No lugar de um hotel de 850
quartos, optou-se por transformar o prédio projetado por Victor Laloux em um museu dedicado ao impressionismo, bem
como a todas as expressões artísticas que caracterizaram a
segunda metade do século 19
na Europa.
Desde sua abertura, 50 milhões de pessoas visitaram o local para ver obras de arte produzidas entre 1848 e 1914.
Foi o momento em que, em
Paris, os modernistas criaram
uma nova forma de sensibilidade artística, fugindo do realismo acadêmico e em busca da liberdade de expressão.
Não constitui, assim, acaso
que o Museu d'Orsay tenha se
tornado o destino final de
obras-primas de artistas como
Cézanne, Toulouse-Lautrec,
Degas e Van Gogh.
De Henri Matisse (1869-1954), que atualmente é tema
de uma mostra em São Paulo, o
livro destaca "Luxo, Calma e
Volúpia", de 1904, com título
extraído de um poema de Charles Baudelaire (1821-1867).
Para um tema dos mais tradicionais -paisagem idílica com
moças no banho-, abordagem
das mais inovadoras: linha sinuosa, técnica inspirada no
pontilhismo e cores inflamadas
e não naturalistas estão lá não
para refletir a realidade objetiva, mas para exprimir as visões
interiores do artista.
Monet
O volume mostra ainda, lado
a lado, "A Catedral de Rouen
-Tempo Nublado (Harmonia
Cinza)", de 1892, e "A Catedral
de Rouen - Efeito Matinal
(Harmonia Branca)", de 1893,
do pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926).
Ao contemplarmos ambas as
obras em páginas adjacentes,
podemos nos dar conta de como, na visão de Monet, a fachada do templo religioso transfigura-se, muda sensivelmente
conforme as condições climáticas e as luzes que inundam sua
estrutura.
O que foi representado não
foi o objeto, ou seja, a catedral, e
sim os efeitos das luzes sobre a
matéria que a compõe.
Manifesta-se aí a impossibilidade de reproduzir uma verdade objetiva -uma ideia de
desconcertante modernidade,
rica de consequências para o
futuro desenvolvimento da história da arte.
Com 120 páginas e capa dura,
cada livro da Coleção Folha
Grandes Museus do Mundo fala da instituição tomada como
tema e dos artistas e obras nele
representados. Assim, conta-se
a história de cada museu, desde
a origem e construção, sem esquecer suas reformas, restaurações e administrações. Ainda
é explicado como as obras do
acervo foram adquiridas.
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