São Paulo, domingo, 13 de setembro de 2009

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Coleção exibe tesouros do D'Orsay

Obras-primas de Monet, Matisse e Courbet, entre outros, estão em museu de Paris sediado em antiga estação de trem

Volume chega às bancas no próximo domingo; instituição é dedicada ao impressionismo e foi inaugurada por François Mitterrand em 1986

DA REPORTAGEM LOCAL

Um acervo representativo de um dos períodos mais importantes da arte europeia, abrigado em um dos prédios mais impressionantes de Paris. O Museu d'Orsay é o foco do volume 7 da Coleção Folha Grandes Museus do Mundo, que chega às bancas no próximo domingo.
O Museu d'Orsay é uma instituição relativamente recente, inaugurada pelo então presidente François Mitterrand (1916-1996), em 1986.
O ato garantiu a preservação do edifício da Gare d'Orsay, que, na década de 1970, estivera ameaçado de demolição: pensava-se em botar abaixo a encantadora estação ferroviária inaugurada em 1900, por ocasião da Exposição Universal, para substituí-la por um arranha-céu.
No lugar de um hotel de 850 quartos, optou-se por transformar o prédio projetado por Victor Laloux em um museu dedicado ao impressionismo, bem como a todas as expressões artísticas que caracterizaram a segunda metade do século 19 na Europa.
Desde sua abertura, 50 milhões de pessoas visitaram o local para ver obras de arte produzidas entre 1848 e 1914.
Foi o momento em que, em Paris, os modernistas criaram uma nova forma de sensibilidade artística, fugindo do realismo acadêmico e em busca da liberdade de expressão.
Não constitui, assim, acaso que o Museu d'Orsay tenha se tornado o destino final de obras-primas de artistas como Cézanne, Toulouse-Lautrec, Degas e Van Gogh.
De Henri Matisse (1869-1954), que atualmente é tema de uma mostra em São Paulo, o livro destaca "Luxo, Calma e Volúpia", de 1904, com título extraído de um poema de Charles Baudelaire (1821-1867).
Para um tema dos mais tradicionais -paisagem idílica com moças no banho-, abordagem das mais inovadoras: linha sinuosa, técnica inspirada no pontilhismo e cores inflamadas e não naturalistas estão lá não para refletir a realidade objetiva, mas para exprimir as visões interiores do artista.

Monet
O volume mostra ainda, lado a lado, "A Catedral de Rouen -Tempo Nublado (Harmonia Cinza)", de 1892, e "A Catedral de Rouen - Efeito Matinal (Harmonia Branca)", de 1893, do pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926).
Ao contemplarmos ambas as obras em páginas adjacentes, podemos nos dar conta de como, na visão de Monet, a fachada do templo religioso transfigura-se, muda sensivelmente conforme as condições climáticas e as luzes que inundam sua estrutura.
O que foi representado não foi o objeto, ou seja, a catedral, e sim os efeitos das luzes sobre a matéria que a compõe.
Manifesta-se aí a impossibilidade de reproduzir uma verdade objetiva -uma ideia de desconcertante modernidade, rica de consequências para o futuro desenvolvimento da história da arte.
Com 120 páginas e capa dura, cada livro da Coleção Folha Grandes Museus do Mundo fala da instituição tomada como tema e dos artistas e obras nele representados. Assim, conta-se a história de cada museu, desde a origem e construção, sem esquecer suas reformas, restaurações e administrações. Ainda é explicado como as obras do acervo foram adquiridas.


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