São Paulo, Quarta-feira, 13 de Outubro de 1999 |
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TRECHO "Você se grila de receber cartas datilografadas? Eu acho legal porque bato rápido e não tenho muito tempo de pensar, sai quase como um papo. É claro que eu estou sabendo da pouquíssima falta de inocência de uma carta. Mas os papos também não são inocentes. Meu Deus, o que eu estou falando! Tem também o lado tátil: é gostoso bater despreocupadamente, os dedos tocando, batendo, "stroking". O que me inspirou sentar a esta hora e te escrever do meio deste calor foi um pensamento súbito: (aqui eu finalmente engasguei e parou o tictac ritmado) dou um espaço para lembrar o tempo o pensamento de que cada próxima relação fica enriquecida pela anterior fica mais livre. (Não estou conseguindo desenvolver. É engraçado como os engasgos, por escrito, ficam muito mais grilantes e patentes do que num papo.)" Carta a Ana Candida Perez em 3 de dezembro de 1976 Texto Anterior: Literatura: Cartas matam saudade de Ana Cristina Cesar Próximo Texto: Melhor de obra crítica são traduções Índice |
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