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TEATRO
Musical da CIE Brasil, que deve estrear em abril de 2004, realiza seleção com a presença de diretores norte-americanos
"Chicago" faz "peneira" sob olhar da matriz
PEDRO IVO DUBRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Noventa e sete candidatos por
vaga. Mais concorrida do que
muitos vestibulares, a "peneira"
do musical da Broadway "Chicago" reuniu, sob consulta de um
coreógrafo, um diretor e um supervisor musical norte-americanos, cerca de 3.500 pessoas, que
disputam 36 lugares no show (22
no elenco, 14 na orquestra).
Vertida para o cinema em 2002
por Rob Marshall, a saga da dupla
de cantoras presidiárias deve estrear por aqui em abril de 2004, no
palco do teatro Abril (SP).
Na sexta-feira e no sábado, foi
realizado o teste final de escolha
para o elenco da peça, com cerca
de 50 candidatos. Três mil aspirantes a intérpretes da montagem
enviaram currículos. Numa seleção prévia, foram escolhidos 500,
número igual ao de inscritos para
compor a orquestra. Os nomes
selecionados devem ser divulgados nesta ou na próxima semana.
"No primeiro corte [na sexta-feira], muita gente competente
perguntou por que estava sendo
dispensada. É que em "Chicago"
não basta só ser bom bailarino,
por exemplo. Há personagens
com idades e tipos específicos",
diz Jorge Takla, 52, diretor da área
de teatro da CIE Brasil (subsidiária da mexicana Corporación Interamericana de Entretenimiento), que encampa a empreitada.
Gary Chryst (coreografia), Scott
Faris (direção) e Vincent Fanuele
(supervisão musical), alguns dos
profissionais responsáveis pelas
produções de "Chicago" nos EUA
e no resto do mundo, vieram ao
país para orientar as escolhas.
Voltam para cá depois do Carnaval, quando começam os ensaios.
Para Faris, 52, as sugestões da
matriz não são impositivas. Nem
massacram a criatividade local.
"Não obrigamos ninguém a fazer
a mesma coisa, repetir. Pegamos
os talentos e os aproveitamos."
Chryst deu um workshop do
"estilo Bob Fosse" (1927-87, coreógrafo que concebeu o bem-sucedido musical em sua estréia, em
1975) para os concorrentes. O tal
estilo, ele resume, comporta "sensualidade, precisão, sedução".
Já Fanuele, 53, afirma que a responsabilidade da supervisão musical é assegurar a excelência do
padrão. "A música tem que corresponder ao que o compositor
pensou e representar a qualidade
da produção da Broadway."
Segundo Takla, US$ 2 milhões
-cerca de R$ 5,7 milhões - serão investidos na produção do espetáculo. É menos dinheiro do
que o montante despendido em
"A Bela e a Fera" (R$ 8 milhões
para o princípio, mais R$ 1 milhão
por mês). Os cenários e as pirotecnias do infantil consumiram verbas mais alentadas. "Isso tudo
custa caro. "Chicago" tem outra linha, mais radical e moderna",
justifica. O custo de manutenção
mensal ainda não foi definido.
Desde 99, a CIE já montou no
país, entre outros musicais, "O
Beijo da Mulher Aranha", "Les
Misérables" e "A Bela e a Fera".
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