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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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TEATRO

Musical da CIE Brasil, que deve estrear em abril de 2004, realiza seleção com a presença de diretores norte-americanos

"Chicago" faz "peneira" sob olhar da matriz

PEDRO IVO DUBRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Noventa e sete candidatos por vaga. Mais concorrida do que muitos vestibulares, a "peneira" do musical da Broadway "Chicago" reuniu, sob consulta de um coreógrafo, um diretor e um supervisor musical norte-americanos, cerca de 3.500 pessoas, que disputam 36 lugares no show (22 no elenco, 14 na orquestra).
Vertida para o cinema em 2002 por Rob Marshall, a saga da dupla de cantoras presidiárias deve estrear por aqui em abril de 2004, no palco do teatro Abril (SP).
Na sexta-feira e no sábado, foi realizado o teste final de escolha para o elenco da peça, com cerca de 50 candidatos. Três mil aspirantes a intérpretes da montagem enviaram currículos. Numa seleção prévia, foram escolhidos 500, número igual ao de inscritos para compor a orquestra. Os nomes selecionados devem ser divulgados nesta ou na próxima semana.
"No primeiro corte [na sexta-feira], muita gente competente perguntou por que estava sendo dispensada. É que em "Chicago" não basta só ser bom bailarino, por exemplo. Há personagens com idades e tipos específicos", diz Jorge Takla, 52, diretor da área de teatro da CIE Brasil (subsidiária da mexicana Corporación Interamericana de Entretenimiento), que encampa a empreitada.
Gary Chryst (coreografia), Scott Faris (direção) e Vincent Fanuele (supervisão musical), alguns dos profissionais responsáveis pelas produções de "Chicago" nos EUA e no resto do mundo, vieram ao país para orientar as escolhas. Voltam para cá depois do Carnaval, quando começam os ensaios.
Para Faris, 52, as sugestões da matriz não são impositivas. Nem massacram a criatividade local. "Não obrigamos ninguém a fazer a mesma coisa, repetir. Pegamos os talentos e os aproveitamos."
Chryst deu um workshop do "estilo Bob Fosse" (1927-87, coreógrafo que concebeu o bem-sucedido musical em sua estréia, em 1975) para os concorrentes. O tal estilo, ele resume, comporta "sensualidade, precisão, sedução".
Já Fanuele, 53, afirma que a responsabilidade da supervisão musical é assegurar a excelência do padrão. "A música tem que corresponder ao que o compositor pensou e representar a qualidade da produção da Broadway."
Segundo Takla, US$ 2 milhões -cerca de R$ 5,7 milhões - serão investidos na produção do espetáculo. É menos dinheiro do que o montante despendido em "A Bela e a Fera" (R$ 8 milhões para o princípio, mais R$ 1 milhão por mês). Os cenários e as pirotecnias do infantil consumiram verbas mais alentadas. "Isso tudo custa caro. "Chicago" tem outra linha, mais radical e moderna", justifica. O custo de manutenção mensal ainda não foi definido.
Desde 99, a CIE já montou no país, entre outros musicais, "O Beijo da Mulher Aranha", "Les Misérables" e "A Bela e a Fera".



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