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Conspiração oferece US$ 15 milhões a Allen
Produtora carioca recebeu agentes de Woody Allen e disse que criará fundo privado para que diretor filme no Rio
Letty Aronson, irmã do diretor, e o agente Stephen Tanenbaum passaram
nove dias no Brasil com o publicitário Cláudio Loureiro
AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO
Ele passou dez dias com
Woody Allen em Londres e nove dias com a irmã dele, Letty
Aronson, no Rio. O publicitário
curitibano Cláudio Loureiro,
48, que por iniciativa própria
foi atrás do diretor de "Manhattan" para convidá-lo a filmar no
Brasil, afirma que o filme pode
sair nos próximos anos.
Aronson, irmã e produtora
do cineasta, veio ao Rio na semana passada, acompanhada
do agente Stephen Tanenbaum. Os dois ouviram da
Conspiração, a produtora de,
entre outros, Pedro Buarque de
Hollanda e Andrucha Waddington, que, se Allen quiser filmar no Rio, já pode contar com
US$ 15 milhões (cerca de R$ 26
milhões) para isso.
Já a Prefeitura e o Estado do
Rio ofereceram R$ 3 milhões
ao diretor (US$ 1,7 milhão).
Aronson informou que o longa no Rio deve custar até US$
20 milhões (R$ 34,7 milhões).
"Match Point", rodado em Londres, consumiu US$ 14,9 milhões (R$ 25,9 milhões), enquanto "Vicky Cristina Barcelona", na Espanha, US$ 17,5 milhões (R$ 30,4 milhões).
"Eles vão criar um fundo da
iniciativa privada para a realização do filme", diz Loureiro,
que também levou Aronson e
Tanenbaum à O2, de Fernando
Meirelles -que não fez proposta financeira à dupla.
A Conspiração não fechou os
nomes das empresas que formarão o fundo. Segundo Loureiro, o formato será de "private equity": as empresas investem no filme e se tornam sócias
dele para participar dos lucros.
O publicitário diz que ainda
não sabe "precisar" a proporção, mas cerca de 80% dos US$
15 milhões seriam de investimentos diretos, e o restante, via
"soft money" ("Os incentivos
fiscais que qualquer filme pode
usar", explica).
Modelo baiana
Aos 48 anos, Cláudio Loureiro é dono da agência Heads,
que, com a F/Nazca e a Quê,
tem a valiosa conta da Petrobras -em 2008, por exemplo, a
companhia gastou R$ 269 milhões em propaganda.
"Ela [Aronson] estava um
pouco insegura, com medo da
cidade", conta.
A irmã de Allen e seu agente
conheceram o Teatro Municipal, na Cinelândia, o Real Gabinete Português de Leitura, no
centro, o Copacabana Palace e
o Pão de Açúcar, ambos na zona
sul, e, por fim, "ela superou totalmente o medo do Rio".
Aronson, então, pediu para ir
a uma favela carioca. A Conspiração e Loureiro levaram-na
até a Tavares Bastos, cenário de
filmes como "Tropa de Elite"
-ou seja, favela sem tráfico e
sem bandidos.
"Ela gostou, mudou de ideia
sobre o Rio", diz Loureiro.
Aronson só reclamou da falta
de flores na orla. "Pensou em
pedir ao prefeito para plantar
algumas." Já Allen telefonou
para a irmã todos os dias, e disse que fechou trabalho em 2011.
O Rio deve ficar para 2012.
Quando ele e Loureiro se conheceram em Londres, diz o
brasileiro, o cineasta fez perguntas sobre "o comportamento do nosso povo". Também citou Adriana Lima, a modelo
baiana entre as mulheres mais
sexies do mundo, para o elenco
do filme "carioca".
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