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CRÍTICA ROCK
Pixies deleitam fãs em show "estático"
Sem firulas no palco, banda compensou pouco entusiasmo com execução impecável de repertório de sucessos
Músicos Frank Black e Kim Deal, famosos por seus desentendimentos, mal se olharam durante a apresentação em Itu
FERNANDA MENA
ENVIADA ESPECIAL A ITU
Uma banda cultuada e que
não produz canções há 20
anos só tem clássicos.
Dito isso, a segunda apresentação dos Pixies no Brasil, anteontem, no último dia
do festival SWU, só poderia
ter sido assim: uma catarse
indie com gritaria e lágrimas.
Os primeiros acordes de
"Bone Machine" foram a deixa para uma sucessão de hits
de enlouquecer a multidão:
"Isla de Encanta", "Tame" e
"Broken Face".
Um Frank Black estático
soltou a voz nas letras de
fragmentação bizarra, típicas do quarteto. A baixista
Kim Deal, tão parada quanto
Black, marcava presença
com seus acordes poderosos.
A dupla Black e Deal, famosa pelos desentendimentos ao longo da carreira, nem
se olhava no palco. Executou
cada canção com o entusiasmo de quem está no milésimo ensaio. Foi assim também na apresentação em Curitiba, em 2004.
A ausência de qualquer firula no palco, no entanto, foi
compensada pelo deleite do
público. O set list era arrebatador, a execução, impecável. Dá-lhe "Debaser", "Hey"
e "Here Comes your Man".
Se, musicalmente, os anos
parecem não ter afetado o
apelo dos Pixies, fisicamente
eles foram cruéis.
Os rechonchudos Black e
Deal parecem competir por
quem é mais peitudo: ele,
uma bolota vestida de preto;
ela, uma matrona simpática.
Deal arriscou um "boa noite" e vários "obrigada" em
português. "Finalmente estamos em São Paulo!", disse.
Black caminhou pela lateral do palco e esboçou um
sorriso. Foi ovacionado.
No bis, a redenção: "Where Is My Mind?" e "Gigantic".
Ao final, a tiazinha Deal
avisou, entre risos: "Pessoal,
estou indo para a cama imediatamente. Só digo uma coisa para vocês: "Boa noite!'".
Banda exausta, plateia de
alma lavada.
PIXIES
AVALIAÇÃO ótimo
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