|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA ROCK
Fãs de Echo & The Bunnymen voltam a 1984 por uma noite
THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA SÃO PAULO
Logo que subiu ao palco
do Credicard Hall na noite de
segunda, Ian McCulloch foi
bem didático: "Boa noite! Vamos fazer em duas partes.
Primeiro "Ocean Rain", depois o resto, certo?".
E foi exatamente assim. A
banda inglesa Echo & The
Bunnymen dedicou os primeiros 36 minutos do show a
reproduzir fielmente, com
uma seção de violinos e violoncelos no palco, o álbum
"Ocean Rain", obra-prima
lançada em 1984. Todas as
faixas, na ordem em que foram impressas no vinil.
Apresentar um álbum inteiro dessa forma é tendência
forte entre bandas antigas. O
Cult fará uma turnê dessas,
assim com Emerson, Lake &
Palmer. Grupos bem mais
novos já aderiram, como o
Stereophonics, que cumpriu
um fim de semana em Londres tocando um disco completo em cada dia.
Para os fãs, não existe a
surpresa de descobrir nos
primeiros acordes a música
que será apresentada, mas
pode ser divertido esperar
"aquela" canção, sabendo a
hora em que ela vai rolar.
No caso do Echo, era possível sentir no ar a expectativa
por "The Killing Moon".
A imersão na década de
1980 era total, porque a banda se mostrava no palco exatamente igual à turnê que
passou pelo Brasil na época.
Seus integrantes continuam
a tocar parados, como se tivessem bolas de ferro acorrentadas aos pés. McCulloch,
com o mesmo Ray-ban há 30
anos, ainda tem um vozeirão.
Depois que a faixa-título
encerrou o set de "Ocean
Rain", o grupo deixou o palco anunciando um intervalo
de 15 minutos. Durou menos.
Os músicos voltaram para,
nas palavras do vocalista, tocar "o resto". Isso quis dizer
uma sequência de rocks fortes, às vezes quase épicos.
"Bring on the Dancing
Horses", "Nothing Lasts Forever" e "The Cutter" foram
recebidas com urros pelos
trintões e quarentões presentes. Os poucos garotos no local acompanhavam os pais.
Para encerrar uma noite de
completa nostalgia roqueira,
"Lips Like Sugar". Só quem é
fã para sentir o efeito balsâmico de um show desse tipo.
Texto Anterior: Ituanas Próximo Texto: Marcelo Coelho: As ruas sem segredo Índice | Comunicar Erros
|