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PM bate no público, pára show
e prende rappers em Recife
da Reportagem Local
Algemados por policiais militares, os músicos Tiger, 23, Zé
Brown, 23, e Garnizé, 25, do grupo
Faces do Subúrbio, tiveram um
show interrompido, foram presos
e enxotados "como gado", na semana passada, no Parque de Exposição de Animais, em Recife.
O estrago também foi grande na
platéia. Cerca de 80 policiais distribuíram pancadas, sob a alegação
de acalmar as pessoas. O baterista
Luiz Inácio Ferreira, 26, do grupo
Via Sat, que havia feito a abertura
do show do Faces do Subúrbio, teve o pé quebrado.
Levados para uma delegacia por
volta da meia-noite, Tiger, Zé
Brown (vocalistas) e Garnizé (baterista) foram soltos por volta das
4h da madrugada de terça-feira.
Para que isso ocorresse, os músicos contaram com a ajuda do secretário de imprensa do governo
de Pernambuco, Jair Pereira, que
acompanhou toda a confusão.
Segundo Tiger, do palco até a delegacia, para onde foram levados
de camburão, sofreram beliscões,
tapas, pauladas, enquanto eram
chamados de "maconheiros".
O governador Miguel Arraes
(PSB) determinou a abertura de
inquérito para investigar a responsabilidade sobre o caso.
Em um encontro com o grupo de
rap, Arraes fez um pedido oficial
de desculpas pelo ocorrido e disse
que exigiu rigor na apuração.
"O pior disso tudo é que a perseguição continua. Depois disso, recebemos telefonemas ameaçadores e já sofremos uma 'batida' da
PM, no último sábado", diz Francisco Acyoli, empresário da banda.
Os outros três músicos do grupo
escaparam da prisão, ficando trancados nos camarins.
O Faces do Subúrbio é um dos
destaques do momento no rap nacional. Conseguiu juntar, sem folclorismo, a pegada de Ice-T e o
verbo certeiro de Manézinho
Araújo, o rei da embolada do Nordeste.
(XICO SÁ)
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