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EUA e Europa alinhavam novos acordos
DA REPORTAGEM LOCAL
Das cerca de 40 mil salas
de cinema existentes nos
EUA, menos de 7 mil são digitais. A proporção indica o
quanto a transição, mesmo
onde o cinema é indústria
pesada, é feita passo a passo.
"No sentido inverso da informática, a indústria cinematográfica é conservadora
em sua essência", define Luiz
Gonzaga de Luca. Ele lembra
que, entre os primeiros testes e o lançamento comercial
do filme colorido, passaram-se 30 anos.
É, portanto, com cautela e
certa desconfiança que os
países entram na nova era. O
presidente Barack Obama,
no discurso pós-crise, falou
que os EUA investiriam US$
800 milhões na conversão de
sistemas. A velocidade tem
sido menor do que a esperada, mas têm sido assinados
contratos para financiar a
transição. Os estúdios se dispuseram a pagar aos exibidores, sob inúmeras condições,
uma taxa chamada VPF (virtual print fee), que ajudará a
bancar a troca.
Na Europa, há discussões
sobre a participação do Estado no financiamento da
transição. O governo italiano
chegou a oferecer incentivos
fiscais para a compra de
equipamentos DCI, mas a
União Europeia posicionou-se contra, por considerar que
o sistema hollywoodiano poderia levar ao fechamento
dos pequenos cinemas.
"Não seremos nem mais
rápidos nem mais lentos",
diz Manoel Rangel, presidente da Ancine (Agência
Nacional de Cinema).
"Mas o governo só apoiará
um modelo que garanta a sobrevivência de todas as salas.
Não haverá financiamento
para uma estrutura que envolva apenas o circuito VIP.
O que nos interessa, no digital, é a maior possibilidade de
circulação de filmes."
(APS)
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