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CRÍTICA ERUDITO
Osesp mostra criatividade de brasileiros na Áustria
Concerto em Salzburgo culminou em "Rapsódia Espanhola", de Ravel
SIDNEY MOLINA
ENVIADO ESPECIAL A SALZBURGO
Salzburgo, cidade natal de
Mozart, é também lugar de
um dos mais importantes festivais de música do mundo.
Foi na Grosses Festspielhaus
(Grande Sala do Festival) que
a Osesp tocou quinta-feira
para uma plateia de mais de
2.000 pessoas.
A orquestra fez um programa leve -um tanto leve demais para o crítico-, mas
que agradou ao público austríaco. Predominaram obras
francesas inspiradas na Espanha.
"Alborada del Gracioso",
que Maurice Ravel (1875-1937) escreveu em 1905 e orquestrou em 1918, reflete o
espanholismo de Albéniz.
Foi um bom aperitivo para o
"Choros nº 6" de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).
Villa-Lobos parece ainda
mais criativo aqui na Áustria.
A música se dá entre o estilo
rapsódico livre e a busca de
uma improvável unidade. E
não deve ser comum para
uma plateia tradicional escutar uma solitária flauta acompanhada por tambu-tambi
(bastões de bambu, típicos
da música ritual indígena).
Funcionou muito bem o
efeito estereofônico na "Alvorada" de Carlos Gomes
(1836-1896), com os dois
trompetistas fora do palco,
um de cada lado. Mas o ponto alto do concerto foi a "Rapsódia Espanhola", também
de Ravel, especialidade do
maestro Yan Pascal Tortelier
da qual a Osesp extrai ampla
gama de timbres.
CLICHÊS
E se já teríamos o frevo de
Edu Lobo como bis, pareceu
excessivo fazer -depois de
Ravel- "Espanha", de Emmanuel Chabrier (1841-1894), peça festiva, mas
cheia de clichês.
A Osesp tocou bem, mas
talvez a atenção no colorido
sonoro tenha deixado a dinâmica um pouco de lado. E,
depois da performance em
Viena, ninguém reclamaria
de ouvir novamente o "Concerto" de Lutoslawski.
OSESP EM SALZBURGO
AVALIAÇÃO bom
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