São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2010

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CRÍTICA ERUDITO

Osesp mostra criatividade de brasileiros na Áustria

Concerto em Salzburgo culminou em "Rapsódia Espanhola", de Ravel

SIDNEY MOLINA
ENVIADO ESPECIAL A SALZBURGO

Salzburgo, cidade natal de Mozart, é também lugar de um dos mais importantes festivais de música do mundo. Foi na Grosses Festspielhaus (Grande Sala do Festival) que a Osesp tocou quinta-feira para uma plateia de mais de 2.000 pessoas.
A orquestra fez um programa leve -um tanto leve demais para o crítico-, mas que agradou ao público austríaco. Predominaram obras francesas inspiradas na Espanha.
"Alborada del Gracioso", que Maurice Ravel (1875-1937) escreveu em 1905 e orquestrou em 1918, reflete o espanholismo de Albéniz. Foi um bom aperitivo para o "Choros nº 6" de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).
Villa-Lobos parece ainda mais criativo aqui na Áustria.
A música se dá entre o estilo rapsódico livre e a busca de uma improvável unidade. E não deve ser comum para uma plateia tradicional escutar uma solitária flauta acompanhada por tambu-tambi (bastões de bambu, típicos da música ritual indígena).
Funcionou muito bem o efeito estereofônico na "Alvorada" de Carlos Gomes (1836-1896), com os dois trompetistas fora do palco, um de cada lado. Mas o ponto alto do concerto foi a "Rapsódia Espanhola", também de Ravel, especialidade do maestro Yan Pascal Tortelier da qual a Osesp extrai ampla gama de timbres.

CLICHÊS
E se já teríamos o frevo de Edu Lobo como bis, pareceu excessivo fazer -depois de Ravel- "Espanha", de Emmanuel Chabrier (1841-1894), peça festiva, mas cheia de clichês.
A Osesp tocou bem, mas talvez a atenção no colorido sonoro tenha deixado a dinâmica um pouco de lado. E, depois da performance em Viena, ninguém reclamaria de ouvir novamente o "Concerto" de Lutoslawski.

OSESP EM SALZBURGO

AVALIAÇÃO bom


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